sexta-feira, 5 de junho de 2020

NOSSA SENHORA, MÃE DE TODOS OS POVOS - 1


NOSSA SENHORA DA ÁFRICA

Argel, com uma população de mais de um milhão de habitantes, ao norte de África é a capital da Argélia, o segundo maior país da África.  No século IV havia neste país entre 600 e 700 bispos católicos.

Santo Agostinho, um dos maiores santos da Igreja, era argelino. Os árabes aí impuseram a religião islâmica a partir do século VII. Hoje o islamismo é a religião do estado, praticada por 98% da população. Nas quatro dioceses argelinas não há mais que cerca de 60 mil católicos.

Em Argel encontra-se um célebre santuário mariano dedicado a Nossa Senhora da África. Duas mulheres foram as idealizadoras deste templo: Margarita Bergezio e Anna Cuiquien, francesas de origem italiana. Elas acompanharam o bispo Dom Pavy, em 1846, para dedicarem-se às obras sociais que o mesmo bispo fundara na Argélia. Quando ali chegaram as missionárias não encontraram nenhum santuário mariano. Por isso colocaram uma pequena imagem da Virgem sobre uma oliveira nas proximidades de Argel. Pouco a pouco o lugar se transformou num centro de peregrinação por parte de numerosos devotos de Nossa Senhora. As piedosas mulheres recolheram dinheiro e construíram uma capela provisória em 1857. 

O atual santuário foi concluído em 1872 sobre um promontório que domina o mar e a cidade de Argel. Numerosos são os peregrinos que o visitam. Há milhares de ex-votos espalhados nas paredes. Não apenas católicos como também muçulmanos, especialmente as mulheres, vêm de todas as partes para rezar ante à  imagem da Santíssima Virgem, chamada em árabe de "Lalla Mariam".

Nossa Senhora da África, rogai por nós que recorremos a Vós. 




NOSSA SENHORA IMPERATRIZ DA CHINA

Em 1900 a China viveu um período conturbado denominado de Levante dos Boxers, cujos promotores eram ultranacionalistas chineses que, apoiados pela Imperatriz Viúva Cixi e organizados em clubes de artes marciais chinesas, tentaram expulsar o imperialismo ocidental da China, matando ocidentais e muitos cristãos. Em junho de 1900 os boxers anticatólicos decidiram eliminar Donglu, onde a maior parte dos seus setecentos aldeões eram católicos e onde estava sediado uma missão católica operada por lazaristas (1). Na altura, estavam lá também cerca de nove mil refugiados. Milhares de boxers cercaram a aldeia e aproximaram-se da localidade, até que o seu avanço foi travado por uma aparicção de Nossa Senhora. Eles dispararam contra ela, que estava pairada sobre o povoado, mas, vendo que o efeito era nulo, ficaram com medo e fugiram em debandada (1)

Para agradecer à Virgem Maria por te-los salvo da invasão e massacre iminentes, os habitantes construíram um santuário mariano, onde passou a ser venerada uma imagem representando a Virgem Maria com os trajes da Imperatriz mandado fazer pelo pároco local. 

RECONHECIMENTO 
  
Em 1924, no primeiro Sínodo dos bispos chineses realizados em Xangai, o bispo jesuíta Henri Lecroart defendeu a ideia de que a China, a Mongólia, o Tibete e a Manchúria fossem consagrados à Virgem Maria, sob a inscrição de "Nossa Senhora Imperatriz da China". A sua ideia foi aceita e a consagração foi feita em junho desse mesmo ano por 150 bispos encabeçados pelo arcebispo Celso Constantini, que era na altura o delegado apostólico na China.

Em 1932, o Papa Pio XI elevou o santuário de Donglu à categoria de local oficial de peregrinação, sendo ainda hoje o único santuário mariano chinês oficialmente reconhecido pelo Papa. Em 1941 O Papa Pio XII estabeleceu uma festa litúrgica a celebrar na Igreja da China em honra de Maria Medianeira de todas as graças, sob a invocação de "Santa Mãe, Imperatriz da China". Em 1973, após o Concílio Vaticano II, a conferência episcopal chinesa, com a aprovação da Santa Sé, decidiu que esta festa seria celebrada no Dia das Mães (segundo domingo de maio).

A imagem é também conhecida como Nossa Senhora de Dong Lu. 



NOTA DO BLOG claravalcister

O santuário permaneceu fiel à Igreja Católica Romana mesmo com a perseguição comunista. Os bispos e os fiéis passaram a formar a chamada "Igreja subterrânea". A hostilidade do governo forçou-os a esconder a imagem em local seguro.

Com o recente acordo do Vaticano com o governo chinês não sabemos como ficou a situação do santuário. Tampouco sabemos se a imagem voltou a ser exposta. 


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