domingo, 31 de outubro de 2010

Pedimos licença a nossos leitores, pois devido ao tema abordado neste artigo, usaremos o vocabulário específico da cartilha de educação sexual do Município de Embu, em São Paulo. Esse vocabulário não é delicado, no entanto, é necessário que todos estejam a par do tipo de ensinamentos a que são submetidas as crianças e jovens desta cidade.

Sonia Rosalia

A EDUCAÇÃO QUE O PT OFERECE

Um pedido aos bispos e religiosos pró-Dilma
Uma reflexão aos pais de família


Valter de Oliveira



Acabei de ler um artigo do bispo de Caçador, S. Catarina, D. Luiz Carlos Eccel, defendendo o voto em Dilma Roussef.

Como cidadão o sr. bispo tem o direito de votar em quem bem desejar. Ele é responsável diante de Deus por seus atos.

O que espanta é vê-lo afirmar que a candidata e o PT merecem nosso voto. Que o projeto petista é conforme a Fé e ao Evangelho. Que podemos votar neles.

Como simples cidadão e fiel convido D. Luiz Carlos, bem como os 7 prelados que lançaram manifesto pro-PT, que manifestem suas opiniões, como bispos católicos, sobre a educação sexual vista pela ótica petista.

Peço também que meus leitores e amigos dêem sua opinião.


Discutindo Sexualidade no Embu das Artes
Tudo que você precisa saber sobre sexualidade, aids, DSTs e prevenção

Este é o título de cartilha do governo municipal de Embu das Artes, SP, distribuído nas escolas do Município. Vamos ver alguns pontos abordados.


1. Adolescência.

Namoro: “é ter alguém para compartilhar carícias e intimidades. (...) É gostar, amar essa pessoa e receber amor, pode rolar sexo ou não, pode durar bastante ou não. (...) Namoramos por amor, por atração sexual, por tesão, ... por vários motivos”.

O “Ficar”.

“Ficar não significa que você seja uma galinha ou um garanhão, ficar é uma forma de conhecer várias pessoas e descobrir novos sentimentos e emoções. O importante é que você se sinta bem, respeitando (sic!) a si próprio e aos outros, amadurecendo e assumindo suas escolhas”.

A transa.

“O encontro amoroso entre duas pessoas desperta naturalmente o desejo pelo prazer do sexo”. (...)

“Um momento especial, num lugar especial, um tesão incontrolável, e pronto...rola o sexo. A primeira transa geralmente acontece assim ( e aí vem “conselhos” sobre a importância de estar preparado com camisinha...) O namoro, o ficar, o transar com homem ou mulher, ou com os dois, é tudo uma questão de escolha”. (o destaque é da cartilha).

Corpo erótico

São explicadas as transformações do corpo na adolescência e concluem esta parte com as seguintes palavras: “Porém, a maior e mais gostosa transformação é a descoberta do corpo erótico, a descoberta do prazer de se apalpar, das deliciosas e silenciosas sensações que vibram no corpo inteiro quando o adolescente se masturba”.

Masturbação

“A masturbação (...) não é apenas um ato solitário que envolve fantasias e desejos, é um momento de intimidade que também pode ser praticado a dois, pois proporciona sensações gostosas, alívio das tensões” (...). “Não é de forma nenhuma um desvio de comportamento”. A revista adverte, porém, que “ a prática freqüente pode estar relacionada a tensões e ansiedades”. É preciso ser temperante...

O Sexo oral

Depois de explicar no que ele consiste os autores da cartilha afirmam: “É uma das formas de ter prazer sexual e não existe nada de errado em faze-lo, desde que você goste e esteja com vontade”. (...) não faz mal para a saúde, mas é importante que seja seguro para se proteger de DST e da AIDS”.

O Sexo Anal

Os autores consideram que “pode ser, para ambos os sexos, uma importante área de prazer”. (...) “E isso não significa, no caso dos garotos, que estes sejam homossexuais”.

A Homossexualidade

Após explicar os tipos de homossexualismo e o que é orientação sexual os “educadores” de Embu terminam com essa preciosidade: “Como diria o poeta, “qualquer maneira de amor vale a pena”, sem violência e com respeito à vontade e ao desejo de cada um.

A quem é dirigida a Cartilha de Embu das Artes?

“Material desenvolvido (...) para distribuição aos alunos do Ensino Fundamental 1º ciclo (3ª e 4ª séries), Fundamental 2º Ciclo, Ensino Médio, Eja e Mova (40,000 exemplares)”.
Ou seja: começa com crianças de 8 anos! (1)

Pois bem caros amigos, os criadores dessa abominável cartilha lembram candidamente que “é fundamental o respeito pela dignidade e igualdade de cada pessoa”.

Qual pai de família gostaria de ver suas filhas e filhos expostos a tanta doutrinação erótica? Ou a palavra mais adequada é pornográfica?

Tal doutrinação não é circunscrita apenas à cidade de S. Paulo. Movimentos sociais ligados umbilicalmente ao PT a estão espalhando por todo o país.

Se o PT – basta consultar os documentos deles – quer construir uma sociedade relativista e hedonista, com plena autonomia do corpo, rejeitando todos os ensinamentos da Igreja em matéria de sexualidade, como afirmar que a vitória de Dilma será o triunfo do Reino de Deus?

Ficaria muito grato aos senhores bispos e religiosos petistas caso nos dissessem no que a “educação” da cartilha petista respeita os ensinamentos de Cristo e da Igreja.

Na última capa lemos: Publicação contemplada pelo FUMCAD – Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Lei Municipal nº 2031 de 02.01.20003), gerenciado pelo DMDCA – EMBU. Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Revista disponível para dowload (sic!) no site www.embu.sp.gov.br

A que tenho em mãos é a 2ª edição, revisada...

Tudo com financiamento do Ministério da Saúde e apoio do Ministério da Educação.

Com tristeza terminamos lembrando as palavras de Cristo: "É impossível que não haja escândalos, porém, ai daquele por quem eles vêm! Seria melhor para ele que lhe pendurassem ao pescoço uma pedra de moinho, e que fosse precipitado no mar, do que ser causa de escândalo para um destes pequeninos.” (Lucas 17, 1-2)


Nota:


quinta-feira, 21 de outubro de 2010



A verdade e a união exigem a bispos e fiéis falar com clareza contra o aborto, diz chefe do Tribunal Supremo do Vaticano



Ao discursar no Congresso Mundial de Oração de Vida Humana Internacional, em Roma, o arcebispo Raymond L. Burke recebeu aplausos quando ele mostrou que os políticos católicos que apóiam o aborto devem arrepender-se publicamente, informou a agência canadense LifeSiteNews.

Falando aos líderes pró-vida de 45 nações, o Prefeito da Assinatura Apostólica (o mais alto tribunal do Vaticano, equivalente ao Supremo Tribunal Federal ‒ STF) também observou que esses católicos dissidentes que reconhecem o escândalo causado de público devem reparar o grave mal feito à Igreja, porém, nunca devem ser ridicularizados por isso.

O arcebispo Burke sublinhou que “tanto os bispos quanto os fiéis” devem ser obedientes ao Magistério ‒ que ele descreveu como o ensinamento de Cristo transmitido para o povo através do sucessor de Pedro e pelos Bispos em união com ele.

“Quando os pastores do rebanho são obedientes ao Magistério, a eles confiado, então, certamente, os membros do rebanho crescem na obediência e avançam junto com Cristo pelo caminho da salvação", disse ele. “Se o pastor não é obediente, facilmente se introduz a confusão e o erro no rebanho”.


O presidente do Supremo Tribunal da Igreja, que também é membro da Congregação para os Bispos, acrescentou:

“O mais trágico exemplo de falta de obediência na fé, inclusive por parte de certos Bispos, foi a resposta de muitos à Carta Encíclica Humanae Vitae do Papa Paulo VI, publicada em 25 de julho de 1968. A confusão resultante induziu muitos católicos em costumes pecaminosos em matérias relativas à procriação e à educação da vida humana”.



Malefícios dos bispos que não condenam claramente os atentados contra a vida e contra a família


“A Humanae Vitae reafirmou o imemorial ensino cristão sobre a imoralidade do uso de contracepção artificial.

“No entanto, após sua publicação a encíclica foi repudiada por muitas pessoas dentro da Igreja Católica, incluindo padres e bispos, que tinham acreditado que a Igreja mudaria sua posição sobre a contracepção."

Voltando à questão do escândalo dentro da Igreja, o arcebispo disse:

“Nós encontramos auto-proclamados católicos, por exemplo, que sustentam e apóiam o direito da mulher a provocar a morte do bebê em seu ventre, ou o direito de duas pessoas do mesmo sexo a serem reconhecidas pelo Estado em pé de igualdade como homem e a mulher que contraíram casamento. Não é possível ser católico praticante e agir publicamente desta forma”.


Arrependimento dos abortistas deve ser público


Em meio a estrondosos aplausos o arcebispo Burke explicou:


“Quando uma pessoa defendeu publicamente e colaborou com graves atos pecaminosos, levando muitos à confusão e ao erro em questões fundamentais que dizem respeito à vida humana e à integridade do matrimônio e da família, o seu arrependimento também deve ser público”.

O Prefeito da Signatura Apostólica, em seguida, expressou uma preocupação que tocou a fundo muitos dos ativistas católicos pró-vida presentes na conferência:

“Uma das ironias da atual situação ‒ disse ‒ é que as pessoas que denunciam o escândalo provocado por ações públicas gravemente pecaminosas praticadas por colegas católicos passam a ser acusadas de falta de caridade e de causar divisão no seio da unidade da Igreja”, disse ele.

“A gente vê a mão do pai da mentira agindo por trás deste menosprezo da gravidade do escândalo ou no ridículo em que são postos aqueles que denunciam o escândalo”.


A unidade da Igreja, feita na verdade e no amor, exige denunciar os promotores de escândalos como aborto e "casamento" homossexual


O prelado do Vaticano concluiu a demonstração da tese defendida, dizendo:

“Mentir ou não dizer a verdade jamais é sinal de caridade. A unidade que não se fundamenta na verdade da lei moral não é unidade da Igreja. A unidade da Igreja está fundada na profissão da verdade com amor.

“A pessoa que denuncia o escândalo provocado por católicos com ações públicas gravemente contrárias à lei moral, não só não destrói a unidade da Igreja, mas convida a reparar o que é claramente uma violação grave da vida eclesial.

“Se não denunciasse o escândalo que consiste no apoio público aos atentados contra a vida humana e a família, a consciência do católico estaria sendo deformada ou entorpecida a respeito das mais sagradas realidades”.





segunda-feira, 18 de outubro de 2010



OS BISPOS E O PT
Da Alemanha...


Valter de Oliveira


O partido nazista crescia na Alemanha, mas ainda não havia chegado ao poder. Hitler afirmava que iria reerguer a Alemanha. Muitos acreditavam nele. Até cristãos começaram a ver no Partido dos Trabalhadores Alemães uma esperança para suas vidas.

Não era a opinião de alguns bispos católicos.

O bispo de Mogúncia condenou de forma pública o Partido Nazista. Informa o site da Zenit.org de 1º de outubro:

Estava “proibido a qualquer católico inscrever-se nas filas do Partido Nacional Socialista de Hitler”. “Aos membros do partido hitleriano não era permitido participar de funerais ou de outras celebrações católicas similares”. “Enquanto um católico estivesse inscrito no partido hitleriano não podia ser admitido aos sacramentos”.

“A denúncia da arquidiocese de Mogúncia foi publicada em primeira página pelo L’Osservatore Romano em um artido de 11 de outubro de 1930”.

Um ano depois a diocese de Munique confirmou a incompatibilidade da fé católica com o partido nazista. No mesmo ano também tivemos pronunciamentos condenatórios do bispo de Colônia.

Mais ainda, em 1932 a Igreja excomungou todos os líderes nazistas. Era uma questão de valores. “Entre os princípios anticristãos denunciados (...) a Igreja mencionava explicitamente as teorias étnicas e o racismo”.

“No dia 10 de março de 1933, A Conferência Episcopal alemã, reunida em Fulda enviou um apelo ao presidente (...) Hindenburg, expressando “nossas preocupações mais graves, que são compartilhadas por amplos setores da população”. Os bispos temiam que os nazistas não respeitassem “o santuário da Igreja e a posição da Igreja na vida pública”. (1)

Não sei se com tais atitudes não tenha havido quem acusasse os bispos de crime eleitoral.

De qualquer modo o belo trabalho teve bons efeitos e as regiões onde o nazismo teve menos votos foram aquelas de maioria católica.

O que teria acontecido se a fidelidade aos princípios da Igreja fosse mais forte?

As hipóteses na História são boas para os acadêmicos. O povo tem que enfrentar a realidade dura e crua. Hitler conseguiu o governo.

A luta católica ficou mais fácil após a vitória de Hitler?

Nem um pouco. Como mostra a propaganda da Folha muita coisa melhorou na Alemanha, especialmente no setor econômico: fim da inflação e do desemprego, melhores condições de trabalho, crescimento do PIB e melhoria do sistema de transportes, investimento na área de cultura e esportes, etc, etc. Foi um eficiente Plano de Aceleração do Crescimento...

Nunca se tinha visto tanto progresso, e tanta inclusão social, diríamos hoje.

Adversários internos e externos começaram a render-se diante de resultados tão brilhantes.

O problema é que em Roma havia um Papa chamado Pio XI. Muita gente deve ter achado que ele não entendia coisa alguma do que ocorria no mundo. Afinal, na metade da década ele começara, através de encíclicas e outros meios, a criticar os poderosos da época. Escreveu contra o fascismo, contra o nazismo e contra o comunismo.

Tudo isso enquanto Hitler melhorava a vida do povo (ordenou a construção do fusca), Stalin eletrificava a Rússia e fazia estradas de ferro e, os italianos, ganhavam a Copa do Mundo em 34. O papa estava preocupado com princípios! Pobre homem. Na opinião de quem considera que discussão política limita-se apenas ao desenvolvimento material, tudo aquilo era uma perda de tempo.

A questão é que houve bispos na Alemanha que foram verdadeiros pastores. Quando a “Mit Brennender Sorge” (2) foi contrabandeada para a Alemanha eles ordenaram que ela fosse lida durante a missa em todas as suas paróquias. O resultado foi trágico para muitos sacerdotes, religiosos e fiéis. Milhares morreram em campos de concentração.

Ainda assim houve quem não desse muita importância a essas coisas. A Alemanha crescia a olhos vistos e o "cara" chegou a ter mais de 90% de aprovação popular. O cabo vienense dizia em alto e bom tom que nunca antes na sua história a Alemanha fora tão respeitada...

Resultado: em 1938 a revista time declarou Hitler o homem do ano!

Um ano depois começava a guerra. Em 45 o nazismo estava esmagado. Aí os horrores vieram à tona.

Horrores que bons católicos haviam previsto. Digo bons porque ontem, como hoje, há quem não dê a mínima para a fé cristã. E que se joga nos braços de qualquer ideologia messiânica.

Terminamos com nossa reverência aos que permaneceram de pé no meio de um mundo de joelhos. Que a exemplo deles saibamos olhar as coisas da terra com os olhos postos no Céu.







NOTA

1. O atual Papa, quando era prefeito para a Congregação da Doutrina da Fé, afirmou sobre a Conferência Episcopal Alemã: “Pois bem, os textos realmente vigorosos contra o nazismo foram os que vieram individualmente de prelados corajosos. Os da conferência, no entanto, pareciam um tanto abrandados, fracos demais com relação ao que a tragédia exigia”. (A Fé em crise, o cardeal Ratzinger se interroga, São Paulo, EPU, 1985, p. 41).

2. Encíclica que condenou os erros do nazismo.



"Quando a igreja alemã excomungou o nazismo"





quarta-feira, 28 de julho de 2010




"UMA ÁRVORE QUE CAI FAZ MAIS BARULHO QUE UMA FLORESTA QUE CRESCE"







O blog Claraval tem a enorme alegria de publicar a carta que o padre salesiano uruguaio Martín Lasarte, que trabalha em Angola, endereçou ao jornal norte-americano The New York Times no último 06 de abril. Nela expressa seus sentimentos diante da onda midiática despertada pelos abusos sexuais de alguns sacerdotes enquanto manifesta sua surpresa diante do desinteresse que o trabalho de milhares de religiosos suscita nos meios de comunicação.

Eis a carta.

Querido irmão e irmã jornalista: sou um simples sacerdote católico. Sinto-me orgulhoso e feliz com a minha vocação. Há vinte anos vivo em Angola como missionário. Sinto grande dor pelo profundo mal que pessoas, que deveriam ser sinais do amor de Deus, sejam um punhal na vida de inocentes. Não há palavras que justifiquem estes atos. Não há dúvida de que a Igreja só pode estar do lado dos mais frágeis, dos mais indefesos. Portanto, todas as medidas que sejam tomadas para a proteção e prevenção da dignidade das crianças será sempre uma prioridade absoluta.

Vejo em muitos meios de informação, sobretudo em vosso jornal, a ampliação do tema de forma excitante, investigando detalhadamente a vida de algum sacerdote pedófilo. Assim aparece um de uma cidade dos Estados Unidos, da década de 70, outro na Austrália dos anos 80 e assim por diante, outros casos mais recentes...

Certamente, tudo condenável! Algumas matérias jornalísticas são ponderadas e equilibradas, outras exageradas, cheias de preconceitos e até ódio.

É curiosa a pouca notícia e desinteresse por milhares de sacerdotes que consomem a sua vida no serviço de milhões de crianças, de adolescentes e dos mais desfavorecidos pelos quatro cantos do mundo!


Penso que ao vosso meio de informação não interessa que eu tenha precisado transportar, por caminhos minados, em 2002, muitas crianças desnutridas de Cangumbe a Lwena (Angola), pois nem o governo se dispunha a isso e as ONGs não estavam autorizadas; que eu tenha tido de enterrar dezenas de pequenos mortos entre os deslocados de guerra e os que retornaram; que nós tenhamos salvo a vida de milhares de pessoas no México com apenas um único posto médico em 90.000 km2, assim como com a distribuição de alimentos e de sementes; que nós tenhamos dado a oportunidade de educação, nestes 10 anos de escolas, para mais de 110.000 crianças...

Também não é do vosso interesse que, com outros sacerdotes, tivemos de socorrer a crise humanitária de cerca de 15.000 pessoas nos aquartelamentos da guerrilha, depois de sua rendição, porque os alimentos do Governo e da ONU não estavam chegando ao seu destino.

Não é notícia que um sacerdote de 75 anos, o padre Roberto, percorra, à noite, a cidade de Luanda, curando os meninos de rua, levando-os a uma casa de acolhida, para que se desintoxiquem da gasolina; que alfabetize centenas de presos; que outros sacerdotes, como o padre Stefano, tenham casas de passagem para os menores que sofrem maus tratos e até violências e que procuram um refúgio.

Tampouco que Frei Maiato, com seus 80 anos, passe casa por casa confortando os doentes e desesperados.

Não é notícia que mais de 60.000 dos 400.000 sacerdotes e religiosos tenham deixado sua terra natal e sua família para servir os seus irmãos em um leprosário, em hospitais, em campos de refugiados, em orfanatos para crianças acusadas de feiticeiras ou órfãos de pais que morreram de Aids, em escolas para os mais pobres, em centros de formação profissional, em centros de atenção a soropositivos... ou, sobretudo, em paróquias e missões dando motivações às pessoas para viver e amar.

Não é notícia que meu amigo, o padre Marcos Aurélio, por salvar jovens durante a guerra de Angola, os tenha transportado de Kalulo a Dondo, e ao voltar à sua missão tenha sido metralhado no caminho; que o irmão Francisco, com cinco senhoras catequistas, tenham morrido em um acidente na estrada quando iam prestar ajuda nas áreas rurais mais recônditas; que dezenas de missionários em Angola tenham morrido de uma simples malária por falta de atendimento médico; que outros tenham saltado pelos ares por causa de uma mina, ao visitarem o seu pessoal. No cemitério de Kalulo estão os túmulos dos primeiros sacerdotes que chegaram à região... Nenhum passa dos 40 anos.


Não é notícia acompanhar a vida de um Sacerdote “normal” em seu dia a dia, em suas dificuldades e alegrias, consumindo sem barulho a sua vida a favor da comunidade que serve. A verdade é que não procuramos ser notícia, mas simplesmente levar a Boa-Notícia (Evangelho = Boa-Notícia), essa notícia que sem estardalhaço começou na noite da Páscoa. Uma árvore que cai faz mais barulho do que uma floresta que cresce.

Não pretendo fazer uma apologia da Igreja e dos sacerdotes. O sacerdote não é nem um herói nem um neurótico. É um homem simples, que, com sua humanidade, busca seguir Jesus e servir os seus irmãos. Há misérias, pobrezas e fragilidades como em cada ser humano; e também beleza e bondade como em cada criatura...

Insistir de forma obsessiva e perseguidora em um tema perdendo a visão de conjunto cria verdadeiramente caricaturas ofensivas do sacerdócio católico na qual me sinto ofendido.

Só lhe peço, amigo jornalista, que busque a Verdade, o Bem e a Beleza. Isso o fará nobre em sua profissão.


Em Cristo,
Pe. Martín Lasarte, SDB.

terça-feira, 13 de julho de 2010

A VERDADE É POLITICAMENTE

INCORRETA

Pe. Francisco Faus

Leio na Folha de São Paulo de 9 de julho de 2010 (pág. A3), sob o título “Divórcio”, a crítica indignada de uma leitora de Indaiatuba ao artigo de Ives Gandra, publicado na mesma Folha (”Cotidiano” de 8 de julho) e intitulado “O divórcio relâmpago fragiliza ainda mais a família”. A missivista declara que o autor do artigo está desatualizado: “Informo que a sociedade mudou, hoje pais dividem a guarda dos filhos com suas mães e têm maiores condições emocionais e psicológicas de trazer aos filhos o que, de fato, significa um bom relacionamento. Os filhos não se privam do carinho e do amor de seus pais simplesmente porque estes resolvem tentar ser felizes num relacionamento pleno e satisfatório”.


A missivista quer informar o desavisado articulista. Acontece que eu também tenho alguma coisa a informar. Faz mais de quarenta anos que trabalho, de modo habitual, na orientação e apoio de estudantes, moças e rapazes, entre 12 e 25 anos de idade. Vários milhares de adolescentes e jovens já me contaram as suas alegrias, tristezas, ideais e lutas. Tenho, assim, apalpado diariamente “a vida como ela é”, por isso, tenho podido conhecer os efeitos do divórcio nos filhos: “na veia”, não em livros de sociologia ou psicologia.

Essa longa e vasta experiência me dá condições de afirmar, com conhecimento de causa, que em noventa por centro - pelo menos - dos casos, o divórcio dos pais causou nos filhos um trauma duradouro, provocando-lhes desorientação, amargura e, não raramente, distúrbios psíquicos. Sei que isto é verdade, mas sei também que, nos convencionalismos atuais, não há nada tão politicamente incorreto como a verdade.

Nunca me esquecerei da conversa com uma menina, estudante de colégio, que sofria com a separação dos pais. Ela teve oportunidade de ler os Manuscritos Autobiográficos de Santa Teresinha. Ficou deslumbrada com o ambiente de união e carinho familiar que transparece em cada página dessa autobiografia. Pouco depois da leitura do livro, disse-me com voz impregnada de tristeza: - “Padre, como era linda a família de Santa Teresinha! Eu acho que uma filha de pais separados nunca poderá ser santa…”. Ao ouvir isso, senti um sobressalto, uma punhalada no coração, e respondi-lhe com veemência: - “Claro que poderá, minha filha! Estou certo de que você, com a ajuda de Deus, poderá vir a ser uma grande santa”.

Causa-me muita pena, à vista dessas experiências, ouvir pais de família - obcecados pelas dificuldades da vida -, falarem do seu “direito de serem felizes”, ainda que isso signifique deixar os filhos numa posição ambígua e quase sempre prejudicial. Creio que o mais belo “direito” do casal - como de todos nós, filhos de Deus -é o “dever” de lutar, de entregar-nos, de sacrificar-nos dando-nos cada vez mais para “fazermos felizes” os demais (a começar pelos filhos). E creio ainda que o egoísmo mais ou menos consciente do pai ou da mãe que, em grande número de divórcios, é o que os leva à separação, pode-se tornar facilmente num buraco negro onde se enterra a felicidade própria e a dos filhos.

Não quero nem posso julgar o drama da missivista de Indaiatuba. Seria leviano e injusto formular sobre ela um juízo negativo. Por isso, peço a Deus que a abençoe, que lhe conceda a felicidade que seja possível alcançar nesta terra, e que a ajude também a envolver seus filhos em sentimentos e manifestações de carinho tais, que compensem a privação de um lar unido.

Fonte: /www.padrefaus.org/10/07/2010

quarta-feira, 30 de junho de 2010



ORAÇÃO PARA NÃO ABORRECER-SE






Ângelo Caldas


Há muito tempo que nós, os homens, perdemos o gosto pela solidão.

Achamos ótimo esse martelar constante do rádio com a última canção, do cinema, da televisão, e andamos à caça das grandes manchetes dos jornais com uma ansiedade quase mórbida...

Estamos excessivamente acostumados a todos esses estímulos externos, e o seu zumbido nos é tão familiar, tão congênito, que nos acontece como às crianças ricas, que necessitam de muitos brinquedos para não se aborrecerem.

Porque esta é a verdade, Senhor: sentimo-nos terrivelmente entediados quando estamos sós.

Vendemos a nossa intimidade porque nos espanta o vazio interior. Somos vazios por dentro. Com um vazio que dá vertigens.

Vivemos à flor da pele. Á flor dos sentidos... Estamos cheios de pressa, porque temos tanto que ver, que bisbilhotar, que ouvir, que ganhar e gastar...

Como um animalzinhho que tem os sentidos muito despertos, vivemos a curto prazo: prazo de sentidos. É preciso satisfazer o olho, o estômago e tudo o que há em nós de instintivo. Porque... dentro, não há nada.

Não gostamos de pensar, porque estamos sem resposta para as perguntas sérias, para os problemas de longo prazo e de largo alcance, que são os grandes problemas humanos nos quais, ao fim e ao cabo, sempre se acaba tropeçando contigo, Senhor.

Estamos vazios de idéias. Pressentimos que o importante está dentro de nós. Mas somos terrivelmente covardes. Fugimos.


Fugimos de nós mesmos, da nossa intimidade, que é onde nos encontramos cara a cara com o nosso destino, com o verdadeiro sentido da nossa vida, com aquela conversa interior onde Tu, Senhor, nos esperas para dialogar conosco...


Este diálogo salvador espanta-nos... E então fugimos, despistamos, fazemos por ganhar tempo, abrindo mais os olhos para o que reluz, a fim de matar melhor esse tédio interior que se transmuda pouco a pouco em remorso.

Dá-nos, Senhor, amor pela solidão. Por esta solidão do coração que nos convida, mesmo no meio de uma praça pública, em plena rua, a olhar para dentro de nós mesmos.

Dá-nos gosto pela reflexão espiritual, que é onde Tu, Senhor, que és Espírito, falas ao nosso espírito.

Ajuda-nos a preencher este tremendo vazio do nosso interior com a tua evocação e com a tua presença, para olharmos as coisas como tu as olhas, para julga-las como tu as julgas.

Protege-nos contra a fuga de nós mesmo e faz-nos encontrar, onde quer que estejamos, a sagrada solidão em que Tu te comunicas.




Fonte: CALDAS, Ângelo. Em conversa com Deus. Quadrante, São Paulo, 1989 (p. 7-8).


terça-feira, 22 de junho de 2010



O HOMEM E A MULHER






Padre Paulo Monteiro Ramalho




Gostaria de falar esta semana sobre a diferença entre o homem e a mulher.

Este é um tema importantíssimo para vivermos bem, no dia-a-dia, a caridade que Cristo nos pede. Como parte da caridade está em compreender, não compreenderemos bem um homem ou uma mulher (o irmão, a irmã, o pai, a mãe, o marido, a esposa) se não conhecemos a fundo as suas características. Cristo sabia perfeitamente estas diferenças, daí que sabia tocar profundamente no coração dos homens e das mulheres.

Infelizmente poucas pessoas têm consciência destas diferenças, o que leva a verdadeiros estragos na convivência, principalmente no matrimônio.

Em brevíssimos traços, podemos dizer o seguinte:

1. O homem, por natureza, é um ser, por assim dizer, mais "básico" (vê o mundo do ponto de vista lógico, racional), ao passo que as mulheres são mais complexas (veem o mundo numa perspectiva mais complexa, rica, humana, intuitiva, emocional).

Isto explica que:
- os homens sejam mais objetivos (a+b) e as mulheres mais subjetivas (mais complexas);
- os homens sejam mais “frios” (menos calorosos, menos afetivos, menos sensíveis) do que as mulheres;
- os homens sejam mais lógicos e frios na solução dos seus problemas, ao passo que as mulheres matizem mais os vários aspectos que envolvem os problemas;
- os homens consigam distanciar-se mais dos problemas, ao passo que as mulheres, pela sua sensibilidade mais aguçada, sofram mais, se envolvam mais com os problemas;
- os homens sejam mais abstratos e as mulheres sejam mais detalhistas (reparam nos detalhes);
- os homens sejam menos carentes e as mulheres mais carentes (de afetos, sentimentos);
- os homens se desestressem descansando a cabeça, não pensando em nada, ao passo que as mulheres se desestressam falando o que as preocupa;
- as mulheres falem “por gostar de falar” (externar os sentimentos) ao passo que os homens falam “quando precisam falar” (daí as mulheres falarem mais ao telefone....);
- os homens segmentem bem o que falam: falam aquele assunto e só aquele assunto; ao passo que as mulheres conectam um assunto com inúmeros outros assuntos.

2. O homem, por natureza, é um ser mais voltado para o mundo exterior, para as coisas, ao passo que as mulheres são mais voltadas para o mundo interior, para as pessoas.

Isto explica que:
- o tema preferido das mulheres é falar sobre vivências, experiências humanas, ao passo que o homem gosta de falar de conquistas, realizações (trabalho, projetos, futebol, etc);
- as mulheres se preocupem mais com as pessoas e com a sua pessoa: com a roupa que vestem, com o que os outros estão pensando dela, se está feliz ou não; ao passo que os homens não estão voltados para as coisas interiores: em geral, não se preocupam muito com a roupa que vestem, com o que os outros pensam dele, se está feliz ou não.

3. O homem, por natureza é mais “carnal”, ao passo que as mulheres são mais “pessoais”.

Isto explica que:
- os homens encontrem o sentimento de satisfação numa comida, numa bebida, ao passo que as mulheres se sentem satisfeitas quando são amadas, queridas.

Como se vê, há muitas diferenças entre os homens e as mulheres. De tal maneira que podemos dizer que é “quase um milagre” que se entendam. Mas é nesta diferença que está a riqueza, a complementaridade e a superação do amor.

Tendo em vista estas diferenças, seria muito bom ter umas dicas, principalmente, para o relacionamento entre marido e mulher: coisas a fomentar e coisas a evitar. É o que farei na próxima mensagem.

Uma santa semana a todos!

Pe. Paulo Monteiro Ramalho é sacerdote. Foi ordenado em 1993.Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP, doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce, capelão do IICS - Instituto Internacional de Ciências Sociais. Atende direção espiritual na Igreja de São Gabriel em São Paulo.



terça-feira, 27 de abril de 2010

MINHA PRIMEIRA NEVE

Em meio a tantas notícias ruins que têm vindo à tona a respeito da Igreja Católica, em meio a tanto sofrimento a que tem sido submetido Sua Santidade o Papa Bento XVI e todos nós católicos que amamos esta Igreja por ser única e verdadeira, recebemos esta matéria de uma grande amiga, Carolina Berard, que nos enche de alegria ao ver o amor de Deus impresso nas almas dessas monjas brasileiras que, um dia, entregaram seus corações a Nosso Senhor e agora vão à luta para defender e salvar o catolicismo na Dinamarca.

A frase "Minha primeira neve", mandada num cartão postal por uma delas às outras que aqui permaneceram, tocou-me profundamente. Nessa frase aparentemente simples, mas cheia de conteúdo, elas mostram todo amor que o católico verdadeiro tem pelo apostolado.

A essas queridas monjas todo nosso respeito, admiração e orações para que continuem servindo a Deus e propagando essa Igreja que é Santa, Una, Católica e Apostólica.

Sonia Rosalia


Elas querem salvar o catolicismo na Dinamarca


A história das monjas brasileiras que se mudaram para a Europa e impediram que o último mosteiro dinamarquês fosse fechado
Rodrigo Cardoso


ORIGEM
A abadessa Myriam, do mosteiro de Campos do Jordão:
local de partida das monjas brasileiras

Às 15 horas já não havia mais claridade no horizonte e as luzes do mosteiro do vilarejo de Aasebakken (lê-se “ôzebáken”), situado no município de Birkerod, no norte da Dinamarca, tinham de ser acesas. A temperatura amena proporcionada pelo aquecimento interno do convento – que, até 1942, funcionou como residência de um embaixador – contrastava com o inverno rigoroso observado pela janela. Fazia 30 anos que não nevava tanto na Dinamarca. Em dezembro passado, o mês mais gelado, as monjas brasileiras Amábile Auxiliadora Dias, Maria Jacinta Ramos e Anna Maria Cabral se mudaram para o mosteiro. Nos quatro meses seguintes, os flocos brancos vindos do céu só não foram mais constantes na rotina das novas hóspedes do que as orações. Beneditinas, essas freiras entoam salmos em uníssono sete vezes por dia, em geral, entre 6h30 e 20h30.

O clima gélido do país, a luz natural que some no meio da tarde e a distância da terra natal, porém, não desviam as brasileiras da missão que as fizeram se estabelecer em Aasebakken: salvar o único mosteiro beneditino católico do país, que corre o risco de sumir do mapa. Isso estava prestes a acontecer por falta de novas monjas para ocupar o casarão de 50 cômodos do mosteiro, fundado há quase 70 anos por uma alemã.

NA DINAMARCA
O grupo pioneiro que desembarcou no mosteiro,
em 2006 (apenas a primeira à dir. não é brasileira)

Madre Margarida Hertel, além de responder pela transformação do casarão dinamarquês em convento, estreitou os laços entre as religiosas do Brasil e da Dinamarca ao desembarcar no País e patrocinar a criação dos mosteiros de Nossa Senhora da Glória, em Uberaba (MG), e de São João, em Campos do Jordão (SP), em 1948 e 1964, respectivamente. “Por causa das irmãs de fora, as brasileiras conheciam toda a história da rainha Margarida, do príncipe Frederik, da princesa Alexandra da Dinamarca e por aí vai”, lembra a atual abadessa do mosteiro de São João, Myriam de Castro, 48 anos.

No 40º aniversário do convento de Campos do Jordão – onde as irmãs Amábile, Maria Jacinta e Anna Maria viviam antes de partir para o Hemisfério Norte –, a abadessa escreveu para as irmãs de Aasebakken convidando- as para os festejos. Rompeu-se aí um hiato de 40 anos sem informações entre as religiosas dos dois países. A resposta das estrangeiras as comoveu. “Elas escreveram que a comunidade
estava morrendo e que, por causa do número reduzido de vocações na Europa, a salvação seria o socorro das brasileiras”, conta a irmã Maria de Nazaré, 68 anos, que esteve na Dinamarca em 2006 acompanhando e traduzindo o idioma para o primeiro grupo de três brasileiras que lá desembarcaram.


Todos os anos, no último domingo de maio, Aasebakken é tomada por duas mil pessoas. Depois de caminhar por uma floresta em companhia dos sacerdotes de suas paróquias, rezando o terço naquela que é conhecida como a maior romaria católica da Dinamarca, elas lotam o gramado ao redor do casarão. Quatro anos atrás, esse centro de peregrinação composto por 11 alqueires de terra – palco de uma missa celebrada por João Paulo II, em 1989, quando esteve em solo dinamarquês em visita oficial – era ocupado por apenas cinco freiras. Esse número já foi de 30 no século passado. “A Dinamarca possuía cerca de 50 mosteiros. Com a reforma luterana, os católicos passaram a sofrer grandes pressões, as monjas foram morrendo e só restou Aasebakken”, explica o biblista e cônego Celso Pedro da Silva, reitor do Centro Universitário Assunção (Unifai).




Atualmente, residem no convento quatro brasileiras e uma dinamarquesa. “Estamos iniciando uma refundação. Por enquanto somos uma presença silenciosa orante”, conta a irmã Anna Maria, que se tornou a primeira brasileira com o título de superiora dentro da casa. No mês que vem, a abadessa Myriam desembarcará na Dinamarca acompanhada de uma quinta brasileira para Aasebakken. Com 27 anos, natural do Ceará, a irmã Rafaela da Silva está ansiosa para contribuir. “O que Deus criou nada vai destruir. É uma alegria, uma realização poder ajudar”, diz.

Pelo acordo feito entre as religiosas, a abadessa brasileira terá de visitar Aasebakken anualmente durante três anos para avaliar se a empreitada está valendo a pena. Os progressos, segundo Myriam, já são visíveis. “Houve a retomada do louvor divino. Elas conseguiram celebrar a Páscoa e já há uma candidata dinamarquesa a se tornar freira, o que é um sinal de que há uma esperança de vida religiosa lá”, conta ela.

NA NEVE
“Estamos iniciando uma refundação”, diz a irmã Anna
Maria, superiora no convento

Três das quatro brasileiras fazem aulas de dinamarquês. São cinco horas de estudos, três vezes por semana. Por viver na Dinamarca desde 2006, a irmã Maria Vitória Nascimento está adiantada em relação ao idioma. Brincam suas colegas religiosas que, de tão adaptada ao país nórdico, Maria Vitória, uma negra de 50 anos, só falta adquirir olhos azuis. O cônego Pedro da Silva lembra de uma passagem que viveu na Dinamarca, quando lá esteve visitando as monjas brasileiras. “Estávamos almoçando no refeitório dos hóspedes e a irmã Maria Vitória entrou carregando uma cerveja”, conta. “Aí, ela disse: ‘Quando são os padres delas (dinamarquesas) que nos visitam, elas põem cerveja na mesa. Então, para os nossos, também vai ter’.”

Além dos estudos, as monjas cuidam da limpeza dos cômodos da casa principal, da hospedaria dos visitantes e de outros trabalhos caseiros. E estão se adaptando à solidão do lugar. Em Campos do Jordão, elas tinham bastante contato com a população da cidade. Em Birkerod, tudo é muito isolado, distante do contato com as pessoas. Nas estradas e parques não se encontra gente com frequência . Mais: não há muitos católicos. Com cinco milhões de habitantes, a Dinamarca é um país luterano: 90% da população segue essa doutrina. Os católicos somam 35 mil (0,7%), enquanto os muçulmanos, 150 mil (3%). “Muitos leigos, no entanto, têm nos procurado para desfrutar do silêncio do mosteiro”, conta a irmã Anna Maria.

E, assim, as portas do mosteiro de Aasebakken seguem abertas. Para leigos, religiosos, dinamarqueses ou brasileiros como a irmã Amábile, 32 anos, que, feliz na Dinamarca, enviou uma foto para as monjas que ficaram no Brasil com o seguinte título: “Minha primeira neve.”



quarta-feira, 21 de abril de 2010



ESCÂNDALOS NA IGREJA
REPARAÇÃO. FIDELIDADE. PROVIDÊNCIA


Valter de Oliveira


No último mês a mídia fez uma série de denúncias sobre atos de pedofilia e homossexualismo praticados por membros do clero católico. As denúncias apontam crianças e jovens molestados na América e na Europa e, recentemente, no Brasil. Episcopados foram acusados de omissos, coniventes e cúmplices. Nem mesmo o Santo Padre Bento XVI foi poupado. Toda a Igreja foi criticada.

Como era de se esperar o Vaticano respondeu. Leigos e religiosos de todo o mundo procuraram dar suas explicações e defender a causa católica. Muitos simplesmente declararam solidariedade ao Papa. (1) Outros reafirmaram sua fé, mas exigiram providências mais enérgicas da hierarquia da Igreja. O que pensar disso tudo?

1. Os fatos

Que houve muitos casos de abuso não há nenhuma dúvida. O Papa e toda a Igreja reconhecem. Basta ver a seguinte declaração do padre Federico Lombardi S.J., em seu briefing de apresentação aos jornalistas da carta do Papa endereçada aos católicos da Irlanda.

“Com relação aos casos de abusos por parte de sacerdotes, Bento XVI esteve sempre empenhado contra a cultura do silêncio”

“Verdade”, “consciência”, “dor”, “conversão”, “empenho”: estas são as palavras-chave com as quais o porta-voz falou do documento.

“É um documento que não procura por desculpas, é honesto e sincero” – explicou o padre Lombardi. “A carta pastoral permanece muito honesta e lealmente concentrada sobre a Igreja, sobre as responsabilidades dos membros da Igreja, sobre os sofrimentos causados, e não tenta se eximir do problema”. (2)

Sobre o número de sacerdotes acusados e de jovens molestados peço que leiam o artigo de Massimo Introvigne que publicamos em nosso site.(3) O autor também analisa se os casos ocorridos são mais freqüentes na Igreja Católica do que em outras instituições.

Claro que para nós, católicos, não é nenhum grande consolo se as estatísticas mostram que isso ocorre menos entre nós do que com outros. É uma defesa verdadeira e legítima. Respeito quem a usa. Não sei se é o melhor caminho. Pode talvez dar a impressão que se quer minimizar o problema. Afinal todos sabemos que o iceberg não é só o que vemos. Crimes reais, apesar de delatados nem sempre são provados. Crimes ocorridos são em número maior do que os denunciados.


Para um católico o que importa é uma verdade cada vez mais esquecida: todo pecado é uma ofensa a Cristo, pior ainda se é grave. Cada um deles aumentou o sofrimento de Nosso Senhor no Horto, pouco antes de sua prisão, quando previu nossos pecados com sua pré-ciência divina. Nossa miséria O fez suar sangue, ser açoitado, coroado de espinhos. Fez com que levasse sua cruz ao Calvário e morresse por nós.

O pecado nunca é um ato isolado. Marca nossas almas, repercute no mundo. Causa escândalos, afasta muitos da Fé. Lamentavelmente.

2. O que fazer? Como encarar tais fatos?

Devemos encará-los como o faz o Papa. Reconhecê-los, deplorá-los, sobretudo repará-los. “A justiça de Deus exige que prestemos contas das nossas ações sem nada esconder”. (4) São pecados e crimes que exigem perdão e reparação pelo mal feito, medidas duras para evitá-los, punição para quem os cometeu sem descuidar da verdadeira caridade.

3. A resposta carola pusilânime

É uma aparente defesa da Igreja. Tem mais preocupação em “defender” uma certa imagem da Igreja do que em procurar a verdade. Mistura carolice com corporativismo. É feita por pessoas que respondem quando forçadas. Então reconhecem os erros dos maus sacerdotes e religiosos mas minimizam o mal que estes fazem. Se têm autoridade mostram-se mais preocupados em salvar a pele dos religiosos indignos. Afirmam que é preocupação com os filhos. Fingem não ver que muitos outros filhos estão sendo destruídos, mortos, dilacerados... “Punem” os lobos transferindo-os para outros redis...

Não são esses que irão ajudar o Papa em sua missão.

4. Os católicos rigorosos

Como contraste encontramos na mídia artigos de católicos que são mais duros em suas análises. Exigem punição aos que praticaram escândalos e aos bispos que foram omissos ou coniventes. A questão não seria apenas de “alguns” ou uma “minoria” de um ou dois por cento dos clérigos e religiosos. A chaga seria bem maior do que se fala. Em um artigo que li o autor chega a pedir que o Pontífice aproveite a ocasião para afastar um enorme número de bispos!

Quais seriam os efeitos colaterais de tal remédio? E se são tantos, qual a força que têm dentro da Igreja?

5. Bento XVI e a crise na Igreja

Há quem pense que a crise na Igreja restringiu-se ao período pós-conciliar. A atuação de João Paulo II e agora a de Bento XVI teriam colocado a casa em ordem.

Em parte a afirmação é verdadeira. Novas graças florescem na Igreja. Muitas almas estão ávidas por espiritualidade e santidade. Nos meios religiosos e entre os leigos.

Por outro lado também é verdade que nenhum dos dois papas jamais afirmou que a tempestade acabou. (5) Convidam-nos para a esperança. E nos dizem: há muito para renovar. E convidam-nos para a reevangelização.

Ora, se o mundo ocidental abandonou suas raízes somos responsáveis por termos deixado a cultura da morte ampliar seu nefasto raio de ação.

No documento à Igreja da Irlanda Bento XVI aponta as causas dos escândalos que ocorreram por décadas. Nós o colocamos na íntegra em nosso site. O Papa põe o dedo na chaga e nos mostra inúmeros erros cometidos.

Também pedimos a atenção para a reflexão feita pelo frei Raniero Cantalamessa, pregador da Casa Pontifícia, em sua terceira pregação da Quaresma, proferida na presença de Bento XVI e seus colaboradores da Cúria Romana. A idéia básica é altamente significativa: “Tepidez do clero é pior que os escândalos”.


6. Os escândalos exigem mais fé e amor

Na tempestade temos que ter fé que Cristo está sempre conosco. Lembremos suas palavras a S. Pedro: homens de pouca fé, por que duvidais?

Não é abandonando o barco que nos salvaremos. É com nossa vida fiel nele que contribuiremos para que o mundo seja mais puro e, dentro do humanamente possível, uma antecipação da Jerusalém Celeste.


Notas

1. Comunicado do CELAM. www.celam.org
3. Massimo Introvigne, sociólogo italiano
4. Carta aos irlandeses.
5. “Ninguém pense que esta dolorosa situação se resolverá em pouco tempo”. (Carta aos irlandeses)


segunda-feira, 12 de abril de 2010


IGREJA -
INFORMAÇÃO VERSUS CAMPANHA


Carlos Alberto Di Franco



A imprensa brasileira tem noticiado a respeito da crise que fustiga a Igreja Católica com razoável serenidade e equilíbrio. Os casos de abuso sexual protagonizados por clérigos são, de fato, matéria jornalística inescapável. O que me impressiona, e muito, é a perda do sentido informativo e o inequívoco tom de campanha assumido por alguns jornais norte-americanos.

Infelizmente, os casos reais de abuso sexual, ocorridos nas últimas décadas, mesmo que tenham sido menos numerosos do que fazem supor certas reportagens, são inescusáveis. Nada pode justificar nem atenuar crimes abomináveis como o estupro e a pedofilia. Um só caso de pedofilia, praticado na Igreja Católica por um padre, um religioso ou uma religiosa, é sempre demais, é inqualificável. Mas jornalismo não pode ser campanha. Devemos, sem engajamentos ou editorialização da notícia, trabalhar com fatos. Só isso nos engrandece. Só isso dá ao nosso ofício credibilidade e prestígio social. Pois bem, amigo leitor, vamos aos fatos.

O Vaticano recebeu 3 mil denúncias de abuso sexual praticado por sacerdotes nos últimos 50 anos. Segundo monsenhor Scicluna, chefe da comissão da Santa Sé para apuração dos delitos, 60% dos casos estão relacionados com práticas homossexuais, 30% com relações heterossexuais e 10% dos casos podem ser enquadrados como crimes de pedofilia. Os números reais de casos de pedofilia na Igreja são, portanto, muito menores.

Os abusos têm sido marcadamente de caráter homossexual e refletem um grave problema de idoneidade para o exercício do sacerdócio. Afinal, uma instituição que há séculos defende o celibato sacerdotal tem o direito de estabelecer os seus critérios de idoneidade, o seu manual de instruções para a seleção de candidatos. Quem entra sabe a que veio. É tudo muito transparente. Quem assume o compromisso o faz livremente. O que não dá, por óbvio, é para ficar com um pé em cada canoa. E foi exatamente isso o que aconteceu. A Igreja está enfrentando as consequências de anos e anos de descuido, covardia e negligência dos bispos na seleção e formação do clero.

Philip Jenkins, um especialista não católico de grande prestígio, publicou o estudo mais sério sobre a crise. Pedophiles and Priests: Anatomy of a Contemporary Crisis (Oxford, 214 págs.) é o mais exaustivo estudo sobre os escândalos sexuais que sacudiram a Igreja Católica nos Estados Unidos durante a década de 1990. Segundo Jenkins, mais de 90% dos padres católicos envolvidos com abusos sexuais são homossexuais. O problema, portanto, não foi ocasionado pelo celibato, mas por notável tolerância com o homossexualismo, sobretudo nos seminários dos anos 70, quando foram ordenados os predadores sexuais que sacudiram a credibilidade da Igreja.

O autor não nega o óbvio: que existiram graves desvios; e, mais, que os bispos fracassaram no combate aos delitos. Jenkins, no entanto, mostra como os crimes foram amplificados com o objetivo de desacreditar a Igreja. A análise isenta dos números confirma essa percepção. Na Alemanha, por exemplo, existiram, desde 1995, 210 mil denúncias de abusos. Dessas 210 mil, 300 estavam ligadas a padres católicos, menos de 0,2%. Por que só as 300 denúncias contra a Igreja repercutem? E as outras 209 mil denúncias? Trata-se, sem dúvida, de um escândalo seletivo.

As interpretações e as manchetes, em tom de campanha, não batem com o rigor dos fatos. Vamos a um exemplo local. Reportagem publicada no jornal O Estado de S. Paulo, de 18/5/2009, página C4, abria com o seguinte título: Triplica o número de vítimas de abuso atendidas nas zonas sul e leste. E acrescentava ao título: Desde outubro, a média de novos casos passou de dez por mês para um por dia. Mesmo que o estudo se cinja às zonas leste e sul da cidade de São Paulo, por somarem milhões de habitantes, não deixa de ser uma amostra muito expressiva.

Trata-se de uma pesquisa realizada por várias ONGs de provada seriedade. Aponta como "novidade desconcertante" o fato de que "pais biológicos são a maioria entre agressores e, agora, avós também começam a aparecer neste grupo". No elenco da Rede Criança de Combate à Violência Doméstica, todos ou a quase totalidade dos agressores sexuais são casados. Por que então o empenho em fazer crer que os principais protagonistas de abusos sexuais são padres, e em atribuir a causa dos crimes ao seu compromisso celibatário?

Tentou-se, recentemente, atingir o próprio papa. Como lembrou John Allen, conhecido vaticanista e autor do livro The Rise of Benedict XVI, em recente artigo no The New York Times, o papa fez da punição aos casos de abuso uma prioridade de seu pontificado. "Um de seus primeiros atos foi submeter à disciplina dois clérigos importantes contra os quais pesavam denúncias de abuso sexual há décadas, mas que tinham sido protegidos em níveis bastante altos. Ele também foi o primeiro papa da história que tratou abertamente da crise." Bento XVI tem sido, de fato, firme e contundente.

Em recente carta ao Corriere della Sera, o senador italiano Marcello Pera, um laico no mais genuíno sentido italiano da palavra, assumiu a defesa do papa e foi ao cerne da polêmica. "Desencadeou-se uma guerra. Não propriamente contra a pessoa do papa, pois seria inviável. Bento XVI tornou-se invulnerável por sua imagem, sua serenidade, sua clareza e firmeza." A guerra continuará, "entre outras razões, porque um papa como Bento XVI, que sorri, mas não retrocede um milímetro, alimenta o embate".

Precisamos informar com o rigor dos fatos. Mas devemos, sobretudo, entender o que se esconde por trás de algumas manchetes e de certas interpretações.


DOUTOR EM COMUNICAÇÃO PELA UNIVERSIDADE DE NAVARRA, PROFESSOR DE ÉTICA, É DIRETOR DO MASTER EM JORNALISMO (WWW.MASTEREMJORNALISMO.ORG.BR)

E DA DI FRANCO - CONSULTORIA EM ESTRATÉGIA DE MÍDIA (WWW.CONSULTORADIFRANCO.COM)




segunda-feira, 5 de abril de 2010


A DOR, AS TREVAS, A LUZ






Valter de Oliveira

Quinta feira. Última ceia do Senhor.

Tudo foi preparado cuidadosamente. Jesus recita os salmos serenamente, com voz suave e firme.

Ali estavam seus discípulos, com quem Ele desejara ardentemente passar sua última Páscoa. O que faziam eles?

O Evangelho narra que começaram a discutir qual deles seria o maior...

Senhor, eles estavam em uma ceia testamentária, afetuosa, imensamente triste. Não viam, não percebiam a sublimidade do que ali se passava. Estavam voltados para si mesmos.

Como nós, Senhor. Como eu. Perdoai-nos.

Discutiam ninharias. O que fizestes? Destes uma imensa lição de humildade e amor. De joelhos lavastes os pés de quem Vos esquecia...

E o que mais? Instituístes a Eucaristia! É a Vossa presença entre nós até o fim dos tempos! É Vosso amor por nós.

Perdoai-nos, Senhor. E obrigado. Mil vezes obrigado.

Depois fostes preso. Os apóstolos fugiram. Vosso santo calvário começava logo após a Ceia. Vão atar Vossas mãos. Simplesmente porque faziam o bem.


Sexta-feira: toda Vossa dor. Devido a nossos pecados...

Já fostes traído por Judas. Espancado, cuspido, caluniado diante do Sumo Sacerdote. E confirmastes que sois o Cristo, o Filho de Deus bendito.

Logo depois Pedro Vos traiu, como predissestes.

Pilatos não viu em Vós culpa alguma. E mandou Vos açoitar...

Depois veio a coroação de espinhos e a via Sacra.

Na Cruz entregastes Vossa Santa Mãe a João. Assim recebemos a Virgem como Mãe de todos nós.

Finalmente Vos crucificaram. E Jesus, “dando um grande brado” expirou.

As trevas caíram sobre a Terra.

Ao cair da tarde José de Arimatéia, corajosamente, apresentou-se a Pilatos e pediu vosso Sacratíssimo Corpo. O governador romano consentiu.

O Evangelho de S. Marcos nos diz: “José, tendo comprado um lençol, tirando-O da cruz, envolveu-O no lençol, depositou-o num sepulcro, que estava aberto na rocha, e rolou uma pedra para diante da entrada do sepulcro. Entretanto, Maria Madalena e Maria, mãe de José, estavam observando onde era depositado”. (Mc 15, 46,47).


Sábado: a Fé da Virgem.

Os apóstolos estavam sós. Desnorteados esqueceram-se do que o Mestre lhes ensinara. As trevas da sexta-feira permanecia em suas almas. Deixaram de ver.

A tradição nos diz que em uma alma a luz permaneceu. Maria Santíssima permaneceu plenamente fiel. Confiante que as promessas de seu Divino Filho iriam se realizar. Sabia que a Redenção fora concluída. Por um grande preço. Por um preço infinito. Por todos nós.

É doce lembrar que foi a Virgem que “protegeu com a sua fé, com a sua esperança e o seu amor esta Igreja nascente, débiul e assustada. Assim nasceu a Igreja: ao abrigo de nossa Mãe. Já desde o princípio Maria foi a Consoladora dos Aflitos”. (1) (Carvajal, Francisco Fernandes. Falar com Deus, Quadrante, São Paulo, 1990, p. 235).


Domingo: A alegria da Ressurreição.

As trevas desaparecem. A morte é derrotada. Cristo ressuscita. A luz invade o mundo e as almas.

A liturgia de entrada da Missa da segunda-feira do tempo pascal nos diz:

O Senhor ressuscitou dos mortos, como havia anunciado, alegremo-nos e regozijemo-nos todos, porque Ele reina para sempre. Aleluia!

A Páscoa é nossa maior festa. Dia de imensa alegria.

A alegria cristã vem da Fé. Vem da vitória de Cristo sobre a morte e o pecado.

Que a Virgem ajude a todos nós a levar até os confins da Terra, em todos os momentos, em todas as situações, a alegria dos filhos de Deus.