sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

SAN GENNARO: O MILAGRE QUE NÃO OCORREU DIA 16 DE DEZEMBRO

 


Sangue de São Januário ou San Gennaro


Liquefação do sangue de São Januário costuma acontecer 3 vezes por ano: quando não ocorre, a tradição o entende como um sinal de alerta

Milagre do sangue de São Januário não aconteceu hoje, contrariando tradição profundamente popular na Itália: o fenômeno da liquefação do sangue de São Januário, preservado em um relicário em Nápoles, costuma acontecer 3 vezes por ano:

  • no primeiro domingo de maio,
  • no dia de São Januário (19 de setembro),
  • no dia 16 de dezembro.

O acontecimento, até hoje sem explicação científica, tem sido registrado desde nada menos que o ano de 1389, quando foi testemunhado pela primeira vez.

No dia de hoje, porém, o sangue do santo não se liquefez.

Milagre do sangue de São Januário não aconteceu hoje

Conforme noticiado pelo site do jornal Il Fatto Quotidiano, mons. Vincenzo De Gregorio conferiu o relicário após a Santa Missa das 9h, na capela de São Januário em Nápoles, e constatou que “o sangue estava absolutamente sólido e continua absolutamente sólido”.

O relicário voltou a ser guardado e novamente retirado para a Missa das 18h30, quando, novamente, os fiéis não puderam presenciar o milagre, para sua decepção e consternação.

A tradição popular, de fato, atribui à não-liquefação do sangue de São Januário um sinal de alerta ou um aviso de que algo grave pode acontecer.

Foi o caso, por exemplo, nas seguintes ocasiões históricas em que o sangue do santo não se liquefez em alguma das três datas anuais:

  • 1939: a Alemanha deu início à Segunda Guerra Mundial, invadindo a Polônia.
  • 1973: Nápoles foi atingida por uma epidemia de cólera.
  • 1980: ocorreu o grande terremoto em Irpinia.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

OS HOMENS, O BEM E O MAL

 

   

Há uns homens que fazem bem o mal, e outros que fazem mal o bem, e outros que fazem bem o bem. Os que fazem bem o mal são aqueles filhos do século que diz o Evangelho que buscam e acham meios oportunos para consumar a sua maldade, e para isso são mais prudentes que os filhos da luz em servir a Deus. Os que fazem mal o bem são os que servem a Deus, porém com mil imperfeições e negligência, como aquele Fariseu que jejuava duas vezes na semana e pagava dízimos de tudo, porém tinha disso vanglória. Os que fazem bem o bem são os que procuram quanto em si é esmerar-se no serviço de Deus, atendendo a seu maior agrado. Estes são os que saem de seu exame plenamente justificados: Qui custodierint justa juste, justificabuntur. 

    Eis aqui os mínimos da observância desprezados, onde vem a precipitar uma alma. Ninguém é perfeito e ninguém perverso de repente; o bem e o mal têm suas sementes pequeninas, que produzem frutos grandes, uns salutíferos, outros venenosos.

    Façamos a obra com vagar e repouso, e reprimindo os ímpetos de querer acabar. Que importa que se acabe, se for mal feita? Antes importa que não vá mal feita, ainda que não se acabe; e o que mais é, impossível que se acabe, tanto que não for bem feita. Porque onde a obra começou a não agradar a Deus, aí parou e não foi mais adiante quanto àquela parte viciada, qual fruta que por algum lado se tornou pêca. Não está o ponto em chegar ao cabo da obra, senão em que haja luta e resplandeça a obra pela perfeição dela. 

(...)

    Quem senão Deus poderá fazer todas as suas obras perfeitas sem preparação alguma? E contudo vemos que todas fez com sua preparação conveniente. A luz que criou no primeiro dia foi preparação do sol, que fez no quarto; as flores são preparação dos frutos; os vapores, preparação das nuvens; do mesmo modo, o sono de Adão foi preparação da formação de Eva: a chuva de orvalho todas as manhãs, preparação da chuva do Maná; a Lei Escrita, preparação da Lei da Graça; o nascimento do Batista, preparação da vinda de Cristo. E assim, nas mais obras da natureza ou da graça, se bem advertimos, sempre levam sua preparação antecedente, para nos ensinar Deus que se quisermos obrar com perfeição, devemos obrar com preparação.  


Fonte: As mais belas páginas de Bernardes. São Paulo, Edições Melhoramentos, 1966, pontos 344,345, 347 e 348

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

CANTA DIANTE DE MARIA IMACULADA

 




São Josemaria Escrivá



Deus Omnipotente, Todo-Poderoso, Sapientíssimo tinha que escolher a sua Mãe. – Tu, que terias feito, se tivesses tido de escolhê-la? Penso que tu e eu teríamos escolhido a que temos, enchendo-a de todas as graças. Isso fez Deus. Portanto, depois da Santíssima Trindade, está Maria. Os teólogos estabelecem um raciocínio lógico desse cúmulo de graças, desse não poder estar sujeita a satanás: convinha, Deus podia fazê-lo, logo fê-lo. É a grande prova. A prova mais clara de que Deus rodeou a sua Mãe de todos os privilégios, desde o primeiro instante. E assim é: formosa e pura e limpa, em alma e corpo! (Forja, 482)


És toda formosa e não há mancha em ti. – És horto cerrado, minha irmã, Esposa, horto cerrado, fonte selada. – Veni: coronaberis. – Vem: serás coroada (Cant. IV, 7, 12 e 8).


Se tu e eu tivéssemos tido poder, tê-la-íamos feito também Rainha e Senhora de toda a criação.


Um grande sinal apareceu no céu uma mulher com uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça. – O vestido de sol. – A lua a seus pés (Apoc. XII, 1). Maria, Virgem sem mancha, reparou a queda de Eva; e esmagou, com o seu pé imaculado, a cabeça do dragão infernal. Filha de Deus, Mãe de Deus, Esposa de Deus.


O Pai, o Filho e o Espírito Santo coroaram-na como Imperatriz que é do Universo.


E rendem-lhe preito de vassalagem os Anjos..., e os patriarcas e os profetas e os Apóstolos..., e os mártires e os confessores e as virgens e todos os santos..., e todos os pecadores e tu e eu. (Santo Rosário, 5º mistério glorioso)