segunda-feira, 5 de abril de 2010


A DOR, AS TREVAS, A LUZ






Valter de Oliveira

Quinta feira. Última ceia do Senhor.

Tudo foi preparado cuidadosamente. Jesus recita os salmos serenamente, com voz suave e firme.

Ali estavam seus discípulos, com quem Ele desejara ardentemente passar sua última Páscoa. O que faziam eles?

O Evangelho narra que começaram a discutir qual deles seria o maior...

Senhor, eles estavam em uma ceia testamentária, afetuosa, imensamente triste. Não viam, não percebiam a sublimidade do que ali se passava. Estavam voltados para si mesmos.

Como nós, Senhor. Como eu. Perdoai-nos.

Discutiam ninharias. O que fizestes? Destes uma imensa lição de humildade e amor. De joelhos lavastes os pés de quem Vos esquecia...

E o que mais? Instituístes a Eucaristia! É a Vossa presença entre nós até o fim dos tempos! É Vosso amor por nós.

Perdoai-nos, Senhor. E obrigado. Mil vezes obrigado.

Depois fostes preso. Os apóstolos fugiram. Vosso santo calvário começava logo após a Ceia. Vão atar Vossas mãos. Simplesmente porque faziam o bem.


Sexta-feira: toda Vossa dor. Devido a nossos pecados...

Já fostes traído por Judas. Espancado, cuspido, caluniado diante do Sumo Sacerdote. E confirmastes que sois o Cristo, o Filho de Deus bendito.

Logo depois Pedro Vos traiu, como predissestes.

Pilatos não viu em Vós culpa alguma. E mandou Vos açoitar...

Depois veio a coroação de espinhos e a via Sacra.

Na Cruz entregastes Vossa Santa Mãe a João. Assim recebemos a Virgem como Mãe de todos nós.

Finalmente Vos crucificaram. E Jesus, “dando um grande brado” expirou.

As trevas caíram sobre a Terra.

Ao cair da tarde José de Arimatéia, corajosamente, apresentou-se a Pilatos e pediu vosso Sacratíssimo Corpo. O governador romano consentiu.

O Evangelho de S. Marcos nos diz: “José, tendo comprado um lençol, tirando-O da cruz, envolveu-O no lençol, depositou-o num sepulcro, que estava aberto na rocha, e rolou uma pedra para diante da entrada do sepulcro. Entretanto, Maria Madalena e Maria, mãe de José, estavam observando onde era depositado”. (Mc 15, 46,47).


Sábado: a Fé da Virgem.

Os apóstolos estavam sós. Desnorteados esqueceram-se do que o Mestre lhes ensinara. As trevas da sexta-feira permanecia em suas almas. Deixaram de ver.

A tradição nos diz que em uma alma a luz permaneceu. Maria Santíssima permaneceu plenamente fiel. Confiante que as promessas de seu Divino Filho iriam se realizar. Sabia que a Redenção fora concluída. Por um grande preço. Por um preço infinito. Por todos nós.

É doce lembrar que foi a Virgem que “protegeu com a sua fé, com a sua esperança e o seu amor esta Igreja nascente, débiul e assustada. Assim nasceu a Igreja: ao abrigo de nossa Mãe. Já desde o princípio Maria foi a Consoladora dos Aflitos”. (1) (Carvajal, Francisco Fernandes. Falar com Deus, Quadrante, São Paulo, 1990, p. 235).


Domingo: A alegria da Ressurreição.

As trevas desaparecem. A morte é derrotada. Cristo ressuscita. A luz invade o mundo e as almas.

A liturgia de entrada da Missa da segunda-feira do tempo pascal nos diz:

O Senhor ressuscitou dos mortos, como havia anunciado, alegremo-nos e regozijemo-nos todos, porque Ele reina para sempre. Aleluia!

A Páscoa é nossa maior festa. Dia de imensa alegria.

A alegria cristã vem da Fé. Vem da vitória de Cristo sobre a morte e o pecado.

Que a Virgem ajude a todos nós a levar até os confins da Terra, em todos os momentos, em todas as situações, a alegria dos filhos de Deus.

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