"Qui habitat in adiutorio Altissimi, in protectione Dei coeli commorabitur. Habitar sob a proteção de Deus, viver com Deus: esta é a arriscada segurança do cristão. Precisamos persuadir-nos de que Deus nos ouve, de que está com os olhos postos em nós; assim se inundará de paz o nosso coração. Mas viver com Deus é indubitavelmente correr um risco, porque o Senhor não se satisfaz compartilhando: quer tudo. E aproximar-se um pouco mais dEle significa estarmos dispostos a uma nova conversão, a uma nova retificação, a escutar mais atentamente as suas inspirações, os santos desejos que faz brotar na alma, e a pô-los em prática.
Não é possível ficarmos imóveis. Temos que avançar em direção à meta apontada por São Paulo: Não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim. A ambição é alta e nobilíssima: a identificação com Cristo, a santidade. Mas não existe outro caminho, se desejamos ser coerentes com a vida divina que Deus fez nascer em nossas almas pelo Batismo. Avançar é progredir na santidade; e negar-se ao desenvolvimento normal da vida cristã é retroceder. Porque o fogo do amor de Deus precisa ser alimentado, crescer cada dia, ganhar raízes na alma: e o fogo mantém-se vivo quando se queimam coisas novas. Por isso, se não aumenta, leva caminho de extinguir-se. Lembremo-nos das palavras de Santo Agostinho: "Se disseres basta, estás perdido. Procura sempre mais, caminha sempre, progride sempre. Não permaneças no mesmo lugar, não retrocedas, não te desvies".
S. Josemaria Escrivá. É Cristo que passa. homilias. São Paulo, Quadrante, Segunda edição, 1976, ponto 58.
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