Ao romper da aurora, Jesus apareceu na praia. Jesus ressuscitado vai em busca dos seus discípulos para fortalecê-los na fé e na amizade que lhe dedicam, e para continuar a explicar-lhes a grande missão que os espera. Mas os discípulos não o reconheceram. Estão a uns duzentos côvados, a uns cem metros. Dessa distância, no lusco-fusco, não se distinguem bem os traços de um homem, mas pode-se ouvi-lo se levantar a voz.
Tendes alguma coisa que comer?, pergunta-lhes o Senhor. Não, responderam-lhe. Disse-lhes ele: Lançai a rede à direita da barca e achareis. E Pedro obedece. Lançaram-na, pois, e já não podiam arrastá-la por causa da grande quantidade de peixes. João confirma a certeza interior de Pedro. Inclinando-se para ele, diz-lhe: É o Senhor! Pedro, que se contivera até aquele momento, salta como que impelido por uma mola. Não espera que as barcas cheguem à praia.
Na ausência de Cristo, tinham trabalhado inutilmente em plena noite, por conta própria; tinham perdido o tempo. Pela manhã, já com luz, quando Jesus está presente, quando é Ele que ilumina com a sua palavra, quando é Ele que orienta a faina, as redes chegam à margem cheias de peixes.
Acontece o mesmo em cada um dos nossos dias. Na ausência de Cristo, o dia se faz noite; e o trabalho, estéril: não passa de mais uma noite, de uma noite vazia na vida. Para obtermos frutos, não bastam os nossos esforços; necessitamos de Deus. Ao lado de Cristo, quando o temos presente, os nossos dias enriquecem-se. A dor e a doença convertem-se num tesouro que perdura além da morte; e a convivência com os que nos rodeiam torna-se um mundo de possibilidades de fazer o bem.
O drama de um cristão começa quando deixa de ver Cristo na sua vida; quando a tibieza, o pecado ou a soberba nublam o seu horizonte; quando faz as coisas como se Jesus não estivesse a seu lado, como se Ele não tivesse ressuscitado. Devemos pedir muito à Virgem que nos ajude a reconhecer o seu Filho no meio dos acontecimentos da vida; que possamos dizer muitas vezes: É o Senhor!
Extraído de "Falar com Deus" - Francisco Fernández Carvajal, meditação de 09 de abril de 2021.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário