"O CORTEJO TRIUNFAL de
Jesus transpôs o cume do monte das Oliveiras e desceu pela vertente ocidental a
caminho do Templo, que se podia avistar dali. Toda a cidade surgiu diante dos
olhos de Jesus. E, ao contemplar aquele panorama, Jesus chorou
Esse pranto, no
meio de tantos gritos alegres e em tão solene entrada, deve ter sido
completamente inesperado. Os discípulos devem ter ficado desconcertados. Tanta
alegria que se quebrava subitamente, num instante!
Jesus vê como
Jerusalém se afunda no pecado, na ignorância e na cegueira: Oh se ao menos neste dia, que te é dado, conhecesses o que te
pode trazer a paz! Mas agora tudo está oculto aos teus olhos. O Senhor vê como virão outros dias que já
não serão como este, um dia de alegria e de salvação, mas de desgraça e ruína.
Poucos anos mais tarde, a cidade será arrasada. Jesus chora a impenitência de
Jerusalém. Como são eloquentes estas lágrimas de Cristo! Cheio de misericórdia,
compadece-se da cidade que o rejeita.
Não ficou nada
por tentar: nem milagres, nem obras, nem palavras, em tom severo umas vezes,
indulgentes outras... Jesus tentou tudo com todos: na cidade e no campo, com
pessoas simples e com sábios, na Galileia e na Judeia... Como também na nossa
vida nada ficou por tentar, remédio algum por oferecer. Tantas vezes Jesus saiu
ao nosso encontro, tantas graças ordinárias e extraordinárias derramou sobre a
nossa vida! “De certo modo, o próprio Filho de Deus se uniu a cada homem pela
sua Encarnação. Trabalhou com mãos humanas, pensou com mente humana, amou com
coração de homem. Nascido de Maria Virgem, fez-se verdadeiramente um de nós,
igual a nós em tudo menos no pecado. Cordeiro inocente, mereceu-nos a vida
derramando livremente o seu sangue, e nEle o próprio Deus nos reconciliou
consigo e entre nós mesmos e nos arrancou da escravidão do demônio e do pecado,
e assim cada um de nós pode dizer com o Apóstolo: O Filho de Deus amou-me e entregou-se por mim (Gal 2, 20)”10.
(Falar com Deus, meditação do domingo de Ramos).
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