quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

S. JOSÉ NO EGITO. AS VIRTUDES DO GRANDE SANTO

 


II. DEPOIS DE UMA LONGA e penosa travessia, Maria e José chegaram ao seu novo país. Naquele tempo, viviam no Egito muitos israelitas, que formavam pequenas comunidades dedicadas principalmente ao comércio. É de supor que José se tivesse incorporado com a sua Família a uma dessas comunidades, disposto a refazer mais uma vez a sua vida com o pouco que tinham podido levar de Belém. Mas levava consigo o mais importante: Jesus, Maria, e o firme propósito de sustentá-los à custa de todos os sacrifícios do mundo.

São José é para nós exemplo de muitas virtudes: de obediência inteligente e rápida, de fé, de esperança, de laboriosidade. Mas sobretudo de fortaleza, tanto no meio das grandes dificuldades como nessas situações normais pelas quais passa um bom pai de família. Recomeçou a vida como pôde, passando dificuldades, aceitando qualquer trabalho, procurando um lar para Maria e Jesus, e sustentando-os, como sempre, com o trabalho de suas mãos, com uma laboriosidade incansável.

(...)

III. DEPOIS DE UM CERTO TEMPO, uma vez passado o perigo, já nada retinha José naquela terra estranha, mas ali se deixou estar sem outro motivo a não ser o cumprimento fiel da ordem do Anjo:Fica ali até que eu te diga5. E permaneceu no Egito sem se mostrar desgostado nem protestar, sem se intranquilizar, realizando o seu trabalho como se nunca fosse sair dali.

Como é importante saber permanecer onde se deve, ocupar-se nas obrigações de cada momento, sem ceder à tentação de mudar continuamente de lugar! Também para isso é necessária verdadeira fortaleza, de modo a “saborearmos a virtude humana e divina da paciência”6. “É forte quem persevera no cumprimento do que entende dever fazer, segundo a sua consciência; quem não mede o valor de uma tarefa exclusivamente pelos benefícios que recebe, mas pelo serviço que presta aos outros”7.

Devemos pedir a São José que nos ensine a ser fortes não só em situações extraordinárias e difíceis, como são a perseguição, o martírio ou uma doença gravíssima e dolorosa, mas também nos assuntos ordinários de cada dia: pela constância com que trabalhamos, pelo sorriso com que quebramos a vontade de ficar sérios, pela palavra amável e cordial que temos para todos. Necessitamos de fortaleza para não ceder perante o cansaço, o comodismo ou o desejo de tranquilidade, para vencer o medo de cumprir deveres que custam. “O homem teme por natureza o perigo, os aborrecimentos e o sofrimento. Por isso é necessário procurar homens valentes não só nos campos de batalha, mas também nos corredores dos hospitais ou junto ao leito da dor”8; em suma, na tarefa de cada dia.


(Excertos de "Falar com Deus, Francisco Fernández Carvajal, meditação de 07 de janeiro).


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