II. DEPOIS DE UMA LONGA e penosa
travessia, Maria e José chegaram ao seu novo país. Naquele tempo, viviam no
Egito muitos israelitas, que formavam pequenas comunidades dedicadas
principalmente ao comércio. É de supor que José se tivesse incorporado com a
sua Família a uma dessas comunidades, disposto a refazer mais uma vez a sua
vida com o pouco que tinham podido levar de Belém. Mas levava consigo o mais
importante: Jesus, Maria, e o firme propósito de sustentá-los à custa de todos
os sacrifícios do mundo.
São José é para
nós exemplo de muitas virtudes: de obediência inteligente e rápida, de fé, de
esperança, de laboriosidade. Mas sobretudo de fortaleza, tanto no meio das
grandes dificuldades como nessas situações normais pelas quais passa um bom pai
de família. Recomeçou a vida como pôde, passando dificuldades, aceitando
qualquer trabalho, procurando um lar para Maria e Jesus, e sustentando-os, como
sempre, com o trabalho de suas mãos, com uma laboriosidade incansável.
(...)
III. DEPOIS DE UM CERTO TEMPO,
uma vez passado o perigo, já nada retinha José naquela terra estranha, mas ali
se deixou estar sem outro motivo a não ser o cumprimento fiel da ordem do Anjo:Fica ali até que eu te diga5. E
permaneceu no Egito sem se mostrar desgostado nem protestar, sem se intranquilizar,
realizando o seu trabalho como se nunca fosse sair dali.
Como é
importante saber permanecer onde se deve, ocupar-se nas obrigações de cada
momento, sem ceder à tentação de mudar continuamente de lugar! Também para isso
é necessária verdadeira fortaleza, de modo a “saborearmos a virtude humana e
divina da paciência”6.
“É forte quem persevera no cumprimento do que entende dever fazer, segundo a
sua consciência; quem não mede o valor de uma tarefa exclusivamente pelos
benefícios que recebe, mas pelo serviço que presta aos outros”7.
Devemos pedir a
São José que nos ensine a ser fortes não só em situações extraordinárias e
difíceis, como são a perseguição, o martírio ou uma doença gravíssima e
dolorosa, mas também nos assuntos ordinários de cada dia: pela constância com
que trabalhamos, pelo sorriso com que quebramos a vontade de ficar sérios, pela
palavra amável e cordial que temos para todos. Necessitamos de fortaleza para
não ceder perante o cansaço, o comodismo ou o desejo de tranquilidade, para
vencer o medo de cumprir deveres que custam. “O homem teme por natureza o
perigo, os aborrecimentos e o sofrimento. Por isso é necessário procurar homens
valentes não só nos campos de batalha, mas também nos corredores dos hospitais
ou junto ao leito da dor”8;
em suma, na tarefa de cada dia.
(Excertos de "Falar com Deus, Francisco Fernández Carvajal, meditação de 07 de janeiro).
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