Valter de Oliveira
“A ressurreição do Senhor é um apelo ao
apostolado até o fim dos tempos. Cada uma das aparições de Cristo ressuscitado
termina com a atribuição de uma tarefa apostólica”. Foi assim no anúncio a
Madalena, e, depois, às outras mulheres. “Ide e dizei aos meus irmãos...”. Os
discípulos de Emaús sentiram essa necessidade. Finalmente São Marcos relata-nos
a missão dada por Cristo aos apóstolos quando estavam sentados à mesa: “Ide por
todo o mundo e pregai o Evangelho a todas as criaturas”.
Os onze que ali estavam
representavam a Igreja inteira. Neles todos nós, cada um de nós, recebemos a
feliz missão de comunicar que Cristo vive. Foi Ele quem nos deu o direito de
anunciar a Boa Nova. E também o dever. “A vocação cristã é, por definição,
vocação apostólica”. “Ninguém nos deve impedir o exercício deste direito e o
cumprimento deste dever”. Verdade que, desde o início da Igreja, houve quem
quisesse calar aqueles que nasceram para comunicar a verdade salvífica como os
“sumos sacerdotes e os doutores proibiram terminantemente (os apóstolos) de
pregar e ensinar no nome de Jesus”. A réplica de Pedro e João já é a diretriz
que todo fiel deve seguir até o fim dos Tempos: “Julgai vós mesmos se é justo diante de Deus obedecermos a vós mais do
que a Deus. Não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos”.
E nós, podemos ficar
calados? Nossa fé tem que ser algo puramente individual sem nenhum efeito na
vida pública?
Hoje, como no passado,
querem calar a nossa voz. Não querem que através dela o ensinamento de Cristo seja
propagado. E foi nosso Divino Mestre quem nos disse:
“Não se acende a luz para
colocá-la debaixo de um alqueire, mas sobre um candeeiro, a fim de que alumie
todos os da casa; assim brilhe a vossa luz diante dos homens, de maneira que
vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus”.
Os apóstolos foram fiéis à sua missão. Tiveram que se defrontar com a perseguição e o martírio. Mas a fé cresceu. A Igreja foi atingindo novas terras.
O discípulo não é mais que o
Mestre. Ele foi perseguido. E morto. Se também hoje temos que suportar a
incompreensão e até mesmo o ódio saibamos ser fiéis e acolher o que Deus nos
der com alegria, como oportunidade de crescer na fé, na esperança, na caridade.
O cristão deve saber remar
contra a maré num mundo que parece cada vez mais distanciado de Deus.
“O campo em que os Apóstolos
e os primeiros cristãos tinham que lançar a semente era um terreno duro, com
abrolhos, cardos e espinhos. Não obstante, a semente que espalharam frutificou
abundantemente”.
O que Deus espera de mim e
de você hoje?
“Que estejamos dispostos a
recristianizar o mundo, na família, na Universidade, na fábrica, nas mais
diversas associações. (...) Estamos numa época em que Cristo necessita de
homens e mulheres que saibam estar junto da Cruz, que sejam fortes, audazes,
trabalhadores, sem respeitos humanos à hora de fazer o bem, alegres, que tenham
como alicerce das suas vidas a oração, um trato cheio de amizade com Cristo”.
Todos temos, à nossa volta,
como acontecia com os primeiros cristãos, um bom grupo de pessoas que têm sede,
que, talvez até mesmo sem o saber claramente, anseiam por Deus. Que bom será se
formos os instrumentos que através de um apostolado intenso, cheio de amor,
desinteressado, pudermos ajudá-los a conhecer, amar e servir a Cristo.
Que a Virgem Maria conceda
essa maravilhosa graça a todos nós. Como a concedeu àqueles Onze.
(baseado na meditação 53
“Ide por todo o Mundo” de Francisco Fernández Carvajal, Falar Com Deus, vol.
II, Quadrante, São Paulo, 1990.)
Professor Vater, bom dia. Parabenizo-o pelo excelente blog.
ResponderExcluirAgradecemos imensamente o elogio e pedimos orações para que possamos continuar, nós e você, a fazer o bem em todos os momentos.
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