terça-feira, 1 de maio de 2012

PROPAGAR A FÉ: ONTEM, HOJE, SEMPRE














Valter de Oliveira


 “A ressurreição do Senhor é um apelo ao apostolado até o fim dos tempos. Cada uma das aparições de Cristo ressuscitado termina com a atribuição de uma tarefa apostólica”. Foi assim no anúncio a Madalena, e, depois, às outras mulheres. “Ide e dizei aos meus irmãos...”. Os discípulos de Emaús sentiram essa necessidade. Finalmente São Marcos relata-nos a missão dada por Cristo aos apóstolos quando estavam sentados à mesa: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a todas as criaturas”.


Os onze que ali estavam representavam a Igreja inteira. Neles todos nós, cada um de nós, recebemos a feliz missão de comunicar que Cristo vive. Foi Ele quem nos deu o direito de anunciar a Boa Nova. E também o dever. “A vocação cristã é, por definição, vocação apostólica”. “Ninguém nos deve impedir o exercício deste direito e o cumprimento deste dever”. Verdade que, desde o início da Igreja, houve quem quisesse calar aqueles que nasceram para comunicar a verdade salvífica como os “sumos sacerdotes e os doutores proibiram terminantemente (os apóstolos) de pregar e ensinar no nome de Jesus”. A réplica de Pedro e João já é a diretriz que todo fiel deve seguir até o fim dos Tempos: “Julgai vós mesmos se é justo diante de Deus obedecermos a vós mais do que a Deus. Não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos”.

E nós, podemos ficar calados? Nossa fé tem que ser algo puramente individual sem nenhum efeito na vida pública?

Hoje, como no passado, querem calar a nossa voz. Não querem que através dela o ensinamento de Cristo seja propagado. E foi nosso Divino Mestre quem nos disse:

“Não se acende a luz para colocá-la debaixo de um alqueire, mas sobre um candeeiro, a fim de que alumie todos os da casa; assim brilhe a vossa luz diante dos homens, de maneira que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus”.



Os apóstolos foram fiéis à sua missão. Tiveram que se defrontar com a perseguição e o martírio. Mas a fé cresceu. A Igreja foi atingindo novas terras.

O discípulo não é mais que o Mestre. Ele foi perseguido. E morto. Se também hoje temos que suportar a incompreensão e até mesmo o ódio saibamos ser fiéis e acolher o que Deus nos der com alegria, como oportunidade de crescer na fé, na esperança, na caridade.

O cristão deve saber remar contra a maré num mundo que parece cada vez mais distanciado de Deus.

“O campo em que os Apóstolos e os primeiros cristãos tinham que lançar a semente era um terreno duro, com abrolhos, cardos e espinhos. Não obstante, a semente que espalharam frutificou abundantemente”.

O que Deus espera de mim e de você hoje?

“Que estejamos dispostos a recristianizar o mundo, na família, na Universidade, na fábrica, nas mais diversas associações. (...) Estamos numa época em que Cristo necessita de homens e mulheres que saibam estar junto da Cruz, que sejam fortes, audazes, trabalhadores, sem respeitos humanos à hora de fazer o bem, alegres, que tenham como alicerce das suas vidas a oração, um trato cheio de amizade com Cristo”.

Todos temos, à nossa volta, como acontecia com os primeiros cristãos, um bom grupo de pessoas que têm sede, que, talvez até mesmo sem o saber claramente, anseiam por Deus. Que bom será se formos os instrumentos que através de um apostolado intenso, cheio de amor, desinteressado, pudermos ajudá-los a conhecer, amar e servir a Cristo.


Que a Virgem Maria conceda essa maravilhosa graça a todos nós. Como a concedeu àqueles Onze.

(baseado na meditação 53 “Ide por todo o Mundo” de Francisco Fernández Carvajal, Falar Com Deus, vol. II, Quadrante, São Paulo, 1990.)