domingo, 31 de outubro de 2010

Pedimos licença a nossos leitores, pois devido ao tema abordado neste artigo, usaremos o vocabulário específico da cartilha de educação sexual do Município de Embu, em São Paulo. Esse vocabulário não é delicado, no entanto, é necessário que todos estejam a par do tipo de ensinamentos a que são submetidas as crianças e jovens desta cidade.

Sonia Rosalia

A EDUCAÇÃO QUE O PT OFERECE

Um pedido aos bispos e religiosos pró-Dilma
Uma reflexão aos pais de família


Valter de Oliveira



Acabei de ler um artigo do bispo de Caçador, S. Catarina, D. Luiz Carlos Eccel, defendendo o voto em Dilma Roussef.

Como cidadão o sr. bispo tem o direito de votar em quem bem desejar. Ele é responsável diante de Deus por seus atos.

O que espanta é vê-lo afirmar que a candidata e o PT merecem nosso voto. Que o projeto petista é conforme a Fé e ao Evangelho. Que podemos votar neles.

Como simples cidadão e fiel convido D. Luiz Carlos, bem como os 7 prelados que lançaram manifesto pro-PT, que manifestem suas opiniões, como bispos católicos, sobre a educação sexual vista pela ótica petista.

Peço também que meus leitores e amigos dêem sua opinião.


Discutindo Sexualidade no Embu das Artes
Tudo que você precisa saber sobre sexualidade, aids, DSTs e prevenção

Este é o título de cartilha do governo municipal de Embu das Artes, SP, distribuído nas escolas do Município. Vamos ver alguns pontos abordados.


1. Adolescência.

Namoro: “é ter alguém para compartilhar carícias e intimidades. (...) É gostar, amar essa pessoa e receber amor, pode rolar sexo ou não, pode durar bastante ou não. (...) Namoramos por amor, por atração sexual, por tesão, ... por vários motivos”.

O “Ficar”.

“Ficar não significa que você seja uma galinha ou um garanhão, ficar é uma forma de conhecer várias pessoas e descobrir novos sentimentos e emoções. O importante é que você se sinta bem, respeitando (sic!) a si próprio e aos outros, amadurecendo e assumindo suas escolhas”.

A transa.

“O encontro amoroso entre duas pessoas desperta naturalmente o desejo pelo prazer do sexo”. (...)

“Um momento especial, num lugar especial, um tesão incontrolável, e pronto...rola o sexo. A primeira transa geralmente acontece assim ( e aí vem “conselhos” sobre a importância de estar preparado com camisinha...) O namoro, o ficar, o transar com homem ou mulher, ou com os dois, é tudo uma questão de escolha”. (o destaque é da cartilha).

Corpo erótico

São explicadas as transformações do corpo na adolescência e concluem esta parte com as seguintes palavras: “Porém, a maior e mais gostosa transformação é a descoberta do corpo erótico, a descoberta do prazer de se apalpar, das deliciosas e silenciosas sensações que vibram no corpo inteiro quando o adolescente se masturba”.

Masturbação

“A masturbação (...) não é apenas um ato solitário que envolve fantasias e desejos, é um momento de intimidade que também pode ser praticado a dois, pois proporciona sensações gostosas, alívio das tensões” (...). “Não é de forma nenhuma um desvio de comportamento”. A revista adverte, porém, que “ a prática freqüente pode estar relacionada a tensões e ansiedades”. É preciso ser temperante...

O Sexo oral

Depois de explicar no que ele consiste os autores da cartilha afirmam: “É uma das formas de ter prazer sexual e não existe nada de errado em faze-lo, desde que você goste e esteja com vontade”. (...) não faz mal para a saúde, mas é importante que seja seguro para se proteger de DST e da AIDS”.

O Sexo Anal

Os autores consideram que “pode ser, para ambos os sexos, uma importante área de prazer”. (...) “E isso não significa, no caso dos garotos, que estes sejam homossexuais”.

A Homossexualidade

Após explicar os tipos de homossexualismo e o que é orientação sexual os “educadores” de Embu terminam com essa preciosidade: “Como diria o poeta, “qualquer maneira de amor vale a pena”, sem violência e com respeito à vontade e ao desejo de cada um.

A quem é dirigida a Cartilha de Embu das Artes?

“Material desenvolvido (...) para distribuição aos alunos do Ensino Fundamental 1º ciclo (3ª e 4ª séries), Fundamental 2º Ciclo, Ensino Médio, Eja e Mova (40,000 exemplares)”.
Ou seja: começa com crianças de 8 anos! (1)

Pois bem caros amigos, os criadores dessa abominável cartilha lembram candidamente que “é fundamental o respeito pela dignidade e igualdade de cada pessoa”.

Qual pai de família gostaria de ver suas filhas e filhos expostos a tanta doutrinação erótica? Ou a palavra mais adequada é pornográfica?

Tal doutrinação não é circunscrita apenas à cidade de S. Paulo. Movimentos sociais ligados umbilicalmente ao PT a estão espalhando por todo o país.

Se o PT – basta consultar os documentos deles – quer construir uma sociedade relativista e hedonista, com plena autonomia do corpo, rejeitando todos os ensinamentos da Igreja em matéria de sexualidade, como afirmar que a vitória de Dilma será o triunfo do Reino de Deus?

Ficaria muito grato aos senhores bispos e religiosos petistas caso nos dissessem no que a “educação” da cartilha petista respeita os ensinamentos de Cristo e da Igreja.

Na última capa lemos: Publicação contemplada pelo FUMCAD – Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Lei Municipal nº 2031 de 02.01.20003), gerenciado pelo DMDCA – EMBU. Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Revista disponível para dowload (sic!) no site www.embu.sp.gov.br

A que tenho em mãos é a 2ª edição, revisada...

Tudo com financiamento do Ministério da Saúde e apoio do Ministério da Educação.

Com tristeza terminamos lembrando as palavras de Cristo: "É impossível que não haja escândalos, porém, ai daquele por quem eles vêm! Seria melhor para ele que lhe pendurassem ao pescoço uma pedra de moinho, e que fosse precipitado no mar, do que ser causa de escândalo para um destes pequeninos.” (Lucas 17, 1-2)


Nota:


quinta-feira, 21 de outubro de 2010



A verdade e a união exigem a bispos e fiéis falar com clareza contra o aborto, diz chefe do Tribunal Supremo do Vaticano



Ao discursar no Congresso Mundial de Oração de Vida Humana Internacional, em Roma, o arcebispo Raymond L. Burke recebeu aplausos quando ele mostrou que os políticos católicos que apóiam o aborto devem arrepender-se publicamente, informou a agência canadense LifeSiteNews.

Falando aos líderes pró-vida de 45 nações, o Prefeito da Assinatura Apostólica (o mais alto tribunal do Vaticano, equivalente ao Supremo Tribunal Federal ‒ STF) também observou que esses católicos dissidentes que reconhecem o escândalo causado de público devem reparar o grave mal feito à Igreja, porém, nunca devem ser ridicularizados por isso.

O arcebispo Burke sublinhou que “tanto os bispos quanto os fiéis” devem ser obedientes ao Magistério ‒ que ele descreveu como o ensinamento de Cristo transmitido para o povo através do sucessor de Pedro e pelos Bispos em união com ele.

“Quando os pastores do rebanho são obedientes ao Magistério, a eles confiado, então, certamente, os membros do rebanho crescem na obediência e avançam junto com Cristo pelo caminho da salvação", disse ele. “Se o pastor não é obediente, facilmente se introduz a confusão e o erro no rebanho”.


O presidente do Supremo Tribunal da Igreja, que também é membro da Congregação para os Bispos, acrescentou:

“O mais trágico exemplo de falta de obediência na fé, inclusive por parte de certos Bispos, foi a resposta de muitos à Carta Encíclica Humanae Vitae do Papa Paulo VI, publicada em 25 de julho de 1968. A confusão resultante induziu muitos católicos em costumes pecaminosos em matérias relativas à procriação e à educação da vida humana”.



Malefícios dos bispos que não condenam claramente os atentados contra a vida e contra a família


“A Humanae Vitae reafirmou o imemorial ensino cristão sobre a imoralidade do uso de contracepção artificial.

“No entanto, após sua publicação a encíclica foi repudiada por muitas pessoas dentro da Igreja Católica, incluindo padres e bispos, que tinham acreditado que a Igreja mudaria sua posição sobre a contracepção."

Voltando à questão do escândalo dentro da Igreja, o arcebispo disse:

“Nós encontramos auto-proclamados católicos, por exemplo, que sustentam e apóiam o direito da mulher a provocar a morte do bebê em seu ventre, ou o direito de duas pessoas do mesmo sexo a serem reconhecidas pelo Estado em pé de igualdade como homem e a mulher que contraíram casamento. Não é possível ser católico praticante e agir publicamente desta forma”.


Arrependimento dos abortistas deve ser público


Em meio a estrondosos aplausos o arcebispo Burke explicou:


“Quando uma pessoa defendeu publicamente e colaborou com graves atos pecaminosos, levando muitos à confusão e ao erro em questões fundamentais que dizem respeito à vida humana e à integridade do matrimônio e da família, o seu arrependimento também deve ser público”.

O Prefeito da Signatura Apostólica, em seguida, expressou uma preocupação que tocou a fundo muitos dos ativistas católicos pró-vida presentes na conferência:

“Uma das ironias da atual situação ‒ disse ‒ é que as pessoas que denunciam o escândalo provocado por ações públicas gravemente pecaminosas praticadas por colegas católicos passam a ser acusadas de falta de caridade e de causar divisão no seio da unidade da Igreja”, disse ele.

“A gente vê a mão do pai da mentira agindo por trás deste menosprezo da gravidade do escândalo ou no ridículo em que são postos aqueles que denunciam o escândalo”.


A unidade da Igreja, feita na verdade e no amor, exige denunciar os promotores de escândalos como aborto e "casamento" homossexual


O prelado do Vaticano concluiu a demonstração da tese defendida, dizendo:

“Mentir ou não dizer a verdade jamais é sinal de caridade. A unidade que não se fundamenta na verdade da lei moral não é unidade da Igreja. A unidade da Igreja está fundada na profissão da verdade com amor.

“A pessoa que denuncia o escândalo provocado por católicos com ações públicas gravemente contrárias à lei moral, não só não destrói a unidade da Igreja, mas convida a reparar o que é claramente uma violação grave da vida eclesial.

“Se não denunciasse o escândalo que consiste no apoio público aos atentados contra a vida humana e a família, a consciência do católico estaria sendo deformada ou entorpecida a respeito das mais sagradas realidades”.





segunda-feira, 18 de outubro de 2010



OS BISPOS E O PT
Da Alemanha...


Valter de Oliveira


O partido nazista crescia na Alemanha, mas ainda não havia chegado ao poder. Hitler afirmava que iria reerguer a Alemanha. Muitos acreditavam nele. Até cristãos começaram a ver no Partido dos Trabalhadores Alemães uma esperança para suas vidas.

Não era a opinião de alguns bispos católicos.

O bispo de Mogúncia condenou de forma pública o Partido Nazista. Informa o site da Zenit.org de 1º de outubro:

Estava “proibido a qualquer católico inscrever-se nas filas do Partido Nacional Socialista de Hitler”. “Aos membros do partido hitleriano não era permitido participar de funerais ou de outras celebrações católicas similares”. “Enquanto um católico estivesse inscrito no partido hitleriano não podia ser admitido aos sacramentos”.

“A denúncia da arquidiocese de Mogúncia foi publicada em primeira página pelo L’Osservatore Romano em um artido de 11 de outubro de 1930”.

Um ano depois a diocese de Munique confirmou a incompatibilidade da fé católica com o partido nazista. No mesmo ano também tivemos pronunciamentos condenatórios do bispo de Colônia.

Mais ainda, em 1932 a Igreja excomungou todos os líderes nazistas. Era uma questão de valores. “Entre os princípios anticristãos denunciados (...) a Igreja mencionava explicitamente as teorias étnicas e o racismo”.

“No dia 10 de março de 1933, A Conferência Episcopal alemã, reunida em Fulda enviou um apelo ao presidente (...) Hindenburg, expressando “nossas preocupações mais graves, que são compartilhadas por amplos setores da população”. Os bispos temiam que os nazistas não respeitassem “o santuário da Igreja e a posição da Igreja na vida pública”. (1)

Não sei se com tais atitudes não tenha havido quem acusasse os bispos de crime eleitoral.

De qualquer modo o belo trabalho teve bons efeitos e as regiões onde o nazismo teve menos votos foram aquelas de maioria católica.

O que teria acontecido se a fidelidade aos princípios da Igreja fosse mais forte?

As hipóteses na História são boas para os acadêmicos. O povo tem que enfrentar a realidade dura e crua. Hitler conseguiu o governo.

A luta católica ficou mais fácil após a vitória de Hitler?

Nem um pouco. Como mostra a propaganda da Folha muita coisa melhorou na Alemanha, especialmente no setor econômico: fim da inflação e do desemprego, melhores condições de trabalho, crescimento do PIB e melhoria do sistema de transportes, investimento na área de cultura e esportes, etc, etc. Foi um eficiente Plano de Aceleração do Crescimento...

Nunca se tinha visto tanto progresso, e tanta inclusão social, diríamos hoje.

Adversários internos e externos começaram a render-se diante de resultados tão brilhantes.

O problema é que em Roma havia um Papa chamado Pio XI. Muita gente deve ter achado que ele não entendia coisa alguma do que ocorria no mundo. Afinal, na metade da década ele começara, através de encíclicas e outros meios, a criticar os poderosos da época. Escreveu contra o fascismo, contra o nazismo e contra o comunismo.

Tudo isso enquanto Hitler melhorava a vida do povo (ordenou a construção do fusca), Stalin eletrificava a Rússia e fazia estradas de ferro e, os italianos, ganhavam a Copa do Mundo em 34. O papa estava preocupado com princípios! Pobre homem. Na opinião de quem considera que discussão política limita-se apenas ao desenvolvimento material, tudo aquilo era uma perda de tempo.

A questão é que houve bispos na Alemanha que foram verdadeiros pastores. Quando a “Mit Brennender Sorge” (2) foi contrabandeada para a Alemanha eles ordenaram que ela fosse lida durante a missa em todas as suas paróquias. O resultado foi trágico para muitos sacerdotes, religiosos e fiéis. Milhares morreram em campos de concentração.

Ainda assim houve quem não desse muita importância a essas coisas. A Alemanha crescia a olhos vistos e o "cara" chegou a ter mais de 90% de aprovação popular. O cabo vienense dizia em alto e bom tom que nunca antes na sua história a Alemanha fora tão respeitada...

Resultado: em 1938 a revista time declarou Hitler o homem do ano!

Um ano depois começava a guerra. Em 45 o nazismo estava esmagado. Aí os horrores vieram à tona.

Horrores que bons católicos haviam previsto. Digo bons porque ontem, como hoje, há quem não dê a mínima para a fé cristã. E que se joga nos braços de qualquer ideologia messiânica.

Terminamos com nossa reverência aos que permaneceram de pé no meio de um mundo de joelhos. Que a exemplo deles saibamos olhar as coisas da terra com os olhos postos no Céu.







NOTA

1. O atual Papa, quando era prefeito para a Congregação da Doutrina da Fé, afirmou sobre a Conferência Episcopal Alemã: “Pois bem, os textos realmente vigorosos contra o nazismo foram os que vieram individualmente de prelados corajosos. Os da conferência, no entanto, pareciam um tanto abrandados, fracos demais com relação ao que a tragédia exigia”. (A Fé em crise, o cardeal Ratzinger se interroga, São Paulo, EPU, 1985, p. 41).

2. Encíclica que condenou os erros do nazismo.



"Quando a igreja alemã excomungou o nazismo"