domingo, 31 de maio de 2009




Gianna Jessen - Sobrevivente de um Aborto


Sonia Rosalia




O depoimento que vocês verão a seguir não é apenas uma prova da existência de Deus, mas um reconhecimento de gratidão diante do carinho e predileção de Pai para filha.

Cada vez mais, os abortistas tentam impor a idéia de que o aborto deve ser uma opção da mulher. É o corpo dela, a vontade dela e ninguém pode obrigá-la a ter um filho que não quer. Em nome da suposta opção de uma mulher, uma outra mulher deveria ser assassinada: Gianna Jessen.

Gianna foi condenada à morte por sua mãe e por profissionais da medicina, justamente aqueles que mais deveriam proteger a vida inocente daquele que ainda não nasceu, mas Deus tinha planos diferentes para Gianna...

Convidamos a todos para que assistam aos vídeos e não se calem. Comentem, discutam esse fato inédito. Essa moça não pode e não deve ser uma voz isolada.








www.giannajessen.com


sábado, 16 de maio de 2009


O INVEJOSO E O AVARENTO


Valter de Oliveira


“O justo mostra o caminho ao seu próximo, mas o caminho dos injustos extravia a eles próprios” (prov.12, 26).


Conta-se que havia um poderoso rei do Oriente que tinha dois ministros que, apesar de lhe terem prestado bons serviços, começaram a lhe causar preocupações. O primeiro deles foi picado pela mosca da inveja (1). Esta ia crescendo cada vez mais e o ministro foi ficando cada vez mais triste.(2)

O segundo tornou-se escravo da avareza. Queria tudo para si. Desejava loucamente os bens exteriores. Seu coração tornava-se cada vez mais duro, especialmente com os pobres e os fracos.

É fácil ver que, se não se emendassem, poderiam provocar sérios prejuízos ao reino. O rei resolveu fazer-lhes uma oferta, na realidade, uma prova. Quem sabe após ela abririam os olhos.

Os dois ministros foram convocados para comparecer ao Palácio Real. Toda a Corte fora convocada. Apresentaram-se ansiosos, afinal não lhes fora dito a razão de ali estarem. Ao chegarem diante do Monarca ajoelharam-se e colocaram o rosto no chão. Ouviram-no dizer com voz clara e firme:

Levantem-se!

Obedeceram prontamente. Após alguns segundos de profundo silêncio o rei disse as seguintes palavras:


Senhores Ministros.

Há muitos anos os senhores servem o meu reino e, devido a isto, creio que seja o momento de dar-lhes um prêmio especial...

Cada um dos ministros sentiu um calafrio interior: o que ganhariam?

...que cada um de vocês vai escolher. O que quiserem: terras, palácios, jóias, dinheiro... Só há uma condição: o que um escolher o outro receberá em dobro! Vocês têm uma semana para decidir.

E o rei ordenou que se retirassem.

Saíram perplexos, angustiados. Não se preocupavam com o que poderiam ter. Não sentiram gratidão, alegria, entusiasmo. A grande dor era: ele pode vir a ter mais do que eu! “A mente de quem pratica o mal é amarga” (prov.12,20).

Após uma dura semana voltaram a apresentar-se na Corte.

O rei perguntou: Então, decidiram?

O avarento deu um passo à frente, fez uma reverência e disse:

Majestade. Pensei muito. Vi tudo o que me destes nestes anos em que tive a felicidade de vos servir. Que mais posso querer? Será justo pedir mais alguma coisa? Não, meu senhor, não. Estou feliz. Não preciso de absolutamente mais nada.

Deu um passo para trás. Pensou consigo mesmo: Meu colega não terá nada...

Foi a vez do invejoso falar:

Não fez reverências. Olhou para o rei, para toda a Corte, e disse:

Eu quero que o senhor mande furar um de meus olhos...





“Coração tranqüilo é vida para o corpo, mas a inveja é cárie nos ossos” (prov.13, 30).

“A desgraça persegue os pecadores; a paz e o bem perseguem os justos” (prov.13,21).



Notas:

1. “Que é a inveja? Há uma definição de inveja que já é clássica. A inveja é a tristeza sentida diante do bem do outro” (p.5)

2. “A inveja é triste. O invejoso é infeliz. Se deixamos esse vício tomar conta de nós, o coração perde a capacidade de alegria. A pessoa invejosa anda triste, vive amargurada. O seu coração é como um buraco negro, que engole e anula todas as alegrias que lhe batem à porta, todas as luzes de felicidade possível que o convidam a sorrir.

Não há ninguém que, voluntariamente, queira ser invejoso ou deseje passar pelos sofrimentos que a inveja traz consigo, mas infelizmente são muitos, muitíssimos, os que padecem desse mal – mesmo que não o reconheçam de modo algum – e sofrem as suas conseqüências demolidoras.

“Se conseguíssemos extirpar da nossa alma a inveja, seríamos muito mais felizes, os nossos olhos se abririam, e passaríamos a descobrir inúmeras riquezas da vida, do mundo e dos outros que, agora, a inveja nos impede de perceber e desfrutar”. (p.3)

“O invejoso não suporta que os outros estejam acima dele ou sejam mais felizes ou mais queridos, e, por causa disso, dedica-lhes antipatia e até mesmo aversão”.

Essa inveja verdadeira é quase sempre uma tristeza inconformada – queixumenta, soturna ou irada –, que umas vezes leva ao pessimismo e acaba, doentiamente, na depressão e no complexo de inferioridade; outras conduz à revolta: contra Deus e contra o mundo, contra a vida e a sociedade, contra tudo e contra todos; ou ainda precipita numa psicose alucinada de competitividade, que faz a pessoa viver só em função dos outros – das outras –, com comparações contínuas e esforços desesperados para não ficar por baixo desse colega, daquela amiga, dos parentes da mulher, do vizinho de apartamento, do amigo do clube; e, por fim, pode descambar em raiva contra a pessoa invejada: chega-se a odiá-la até ao ponto de lhe desejar ou inclusive de lhe provocar o mal, de ter satisfação ao vê-la em dificuldades, e decepção ao vê-la prosperar” (p.7)

Texto extraídos do livro de Francisco Faus, A INVEJA. Quadrante, São Paulo, 2000. O leitor poderá acessar essa obra integralmente no site padrefaus.googlepages.com. Recomendamos vivamente. Afinal, como diz o autor, suas páginas “sobre a inveja pretendem ser, antes de mais nada, um convite à alegria.

domingo, 3 de maio de 2009

S. Bernardo, o Conde e o Criminoso

Valter de Oliveira


Adeptos da teologia da libertação, e marxistas em geral, consideram que os criminosos não são os principais responsáveis pelos crimes que cometem. A grande culpada seria a estrutura do sistema capitalista. Enquanto este perdurar, dizem eles, pouco pode ser feito para evitar a proliferação e expansão do crime.

Esta ideologia também se manifesta na noção errada que têm sobre os direitos humanos. Normalmente são muito ciosos em defender os criminosos. Em relação às vítimas são praticamente insensíveis. Choram ao ver assassinos condenados a penas severas (1) e não derramam uma lágrima quando se trata do genocídio de fetos inocentes. Pior ainda, não só o defendem, mas lutam por ele.

Com esta mentalidade o trabalho de regeneração de criminosos – que é o que se propõe que ocorra nas prisões – é praticamente impossível. Especialmente quando se lhes diz – como ocorre com freqüência – que são mais vítimas do que algozes da sociedade.

Não pensavam assim os primeiros cristãos. Vivendo em sociedades muito mais injustas que as nossas, nas quais imperava a escravidão e a desvalorização da mulher, por exemplo, com fé inabalável e uma caridade ardente contribuíram para criar condições para se desenvolver uma nova sociedade, muito mais humana e impregnada dos valores da Fé. E para isso não promoveram nenhuma luta de classes. Ninguém esperou que as estruturas da sociedade mudassem para pregar Cristo morto na cruz e sua vitória sobre a morte e o pecado.

Um belo exemplo disso vemos em um episódio da vida de S. Bernardo (2):

“Certo dia, quando S. Bernardo se dirigia para a corte do Conde Teobaldo, deparou-se-lhe um grupo de soldados que conduziam um prisioneiro ao cadafalso. Vendo a cena, apoderou-se o Abade da corda com que era conduzido o condenado, e fez esta estranha proposta aos verdugos: “Entregai-me este criminoso e executá-lo-ei com as minhas próprias mãos”.

Naquele momento aproximou-se o conde. O seu espanto foi profundo ao ver o santo, que estimava como pai, entre o assassino e os oficiais de justiça. Ficara perplexo ao escutar a petição do amigo. Disse-lhe: “Venerável pai, que significa isto? Por que pretendeis salvar a vida de um homicida que merece a morte centenas de vezes? É um filho de satanás incorrigível, e o melhor serviço que podemos prestar-lhe é privá-lo da vida; os interesses da sociedade exigem a sua morte”.

O início da resposta do santo seria hoje execrada por ser tida como politicamente incorreta: “Sei que este homem é merecedor de morte, replicou o santo, e não tenciono deixá-lo partir sem punição. Ao contrário, quero submetê-lo a um castigo severo e perpétuo. Vós suspendê-lo-eis ao cadafalso onde em breve escaparia ao vosso poder (pela morte), mas eu o amarrarei a uma cruz onde sofrerá muitos anos”.

Não formulando Teobaldo objeções, Bernardo colocou seu capuz sobre o malfeitor, ao qual deu o nome de Constantino, levando-o para o monastério.

Após 30 anos de severas penitências, o Bem-Aventurado Constantino morreu. Sua festa é celebrada no dia 16 de março.

É isso. Quem tem fé e vive unido a Deus obtém de Deus milagres de conversões inimagináveis. Quem não tem faz discurso contra as estruturas. (3) E os pobres miseráveis continuam emaranhados no mal, sentindo o gosto amargo da revolta. Não lhes cortam os grilhões do pecado. Não lhes dão as asas da verdadeira liberdade e seus olhos não se abrem para Cristo...

É verdade que S. Teresa diz que nos salvamos em cachos, e que precisamos uns dos outros para percorrer o caminho para o Céu. Mas também é verdade que a salvação vem de Deus e da resposta individual de cada um de nós às graças que recebemos.

Que S. Bernardo nos dê a graça de amarmos e lutarmos de verdade por todos os nossos irmãos que estão longe de Deus. Eles estão em muitos lugares aguardando por nós e dizendo: “Tenho sede”...


Notas

1. Lei proposta por Glória Perez e aprovada por nosso legislativo estabelecia que autores de crimes hediondos não tivessem mais direito à progressividade da pena (ou seja, se fora condenado a 20 anos de cadeia teria que cumpri-la integralmente e não ter a pena diminuída como acontece atualmente). Após alguns anos em vigor a lei proposta por Glória foi revogada. Celso Mello, um dos que a rejeitou, afirmou que o fazia porque considerava a manutenção da pena integral um castigo cruel, e este tipo de pena é proibido por nossa Carta Magna...

2. Extraída da obra de Ailbe Luddy, Bernardo de Claraval, Editora Áster.

3. Não negamos que haja muita injustiça em nossa sociedade. Até apontamos diversas delas. É verdade também que o meio no qual a pessoa vive contribui para que ela seja melhor ou pior. Entretanto, normalmente falando, não a priva de sua liberdade. E cada um é responsável pelo uso que faz dela. Finalmente a teologia nos ensina que todo homem tem graça suficiente para evitar o mal, especialmente no que se refere aos preceitos primários e universais do direito natural.